RIO - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) ofereceu nesta quarta-feira uma nova denúncia contra Antônio de Almeida Anaquim, acusado atropelar18 pessoas após invadir com o carro a Praia de Copacabana, em janeiro deste ano. Duas pessoas morreram no acidente, entre elas um bebê de 8 meses. A outra vítima era o australiano Christopher John Gott, condenado por pedofilia e que estava foragido no Rio há 20 anos. Ele morreu em maio após ficar cinco meses em coma.

Essa é a segunda denúncia que o MPRJ oferece contra o motorista. A primeira foi na época do acidente, por falsidade ideológica, uma vez que ele escondeu que tinha epilepsia para renovar carteira de motorista. Em 2015, o motorista renovou a carteira de habilitação. No questionário do Detran, Antônio Anaquim negou sofrer de tonturas, desmaios, convulsões e disse que não tinha epilepsia. Na resposta se tomava remédios, o "sim" foi rasurado, ficou valendo o "não".

De acordo com a nova denúncia, Anaquim é acusado de homicídio culposo e lesão corporal culposa. Na ocasião do acidente Anaquim alegou que sofreu um 'apagão' e um ataque de epilepsia.

Para o MPRJ, ele agiu de forma negligente, pois, apesar de estar plenamente ciente de que possuia deficiências neurológicas decorrentes de seu quadro clínico de epilepsia, negou estas condições para renovar sua carteira. Com isso, deixou de se submeter a procedimento mais criterioso no Detran-RJ, o que poderia ter impedido que ele obtivesse a carteira.

O MPRJ lembra ainda que ele estava com o direito de dirigir suspenso quando provocou o acidente. O órgão pede sua condenação de acordo com o artigo 302, parágrafo 1º, incisos I e II (duas vezes), e o artigo 303, parágrafo 1º (16 vezes), da Lei 9503/1997, na forma do artigo 70 do Código Penal, que preveem penas de prisão, suspensão e proibição do direito de dirigir.