'Pequeno terrorista' que ameaçava colegas de morte em escola de Manaus nasceu dentro de casa
O jovem aluno que ameaçou praticar uma chacina na escola que frequenta em Manaus foi apanhado na ‘rede sombria’ alimentada por uma sociedade doente e perturbada. A ‘imitação do mal’ está se transformando num ideário coletivo graças aos milhões de perfis que se dedicam a expandir a rede de ódio.
Quem conhece a escola onde o jovem estuda sabe o histórico de conflitos entre estudantes e professores. Estudantes que entram armados em sala de aula, professores que se rendem a uma violência explicita que não conseguem dominar. Resultado: o ensino é quase nulo. Se dentro de sala de aula há conflitos diários e violência explícita, fora o domínio é do crime organizado.
A quadra de esportes não é mais da escola Professor Roberto Vieira. É do tráfico - gente do submundo do crime que também pratica esporte nas “horas vagas” e marca território.
Mas se a escola adoeceu, o vírus da morte moral não nasceu nela. Saiu de dentro de casa, das relações cada vez mais difíceis entre pais e filhos.
Frustração é o resultado de tudo isso e o que alimenta o processo de mutação do vírus que se expande a partir das redes sociais. Quando alguém avisa que novas cepas vão ser espalhadas e contaminar nossos filhos, a gente tem tempo de agir preventivamente, como no caso da escola Professor Roberto Vieira. O problema é quando elas se espalham furtivamente, causando morte e dor.
ASSUNTOS: atentado em escola de Manaus, Jovem planejava matar colegas na escola, terrorismo na escola
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.