Bolsonaro e Guedes preparam novo golpe contra o Amazonas
O modelo Zona Franca não está preparado nem para a mudança proposta na Reforma Tributária, nem para a abertura do mercado brasileiro aos produtos chineses.Vai perder fôlego e não é certo se conseguirá se adaptar antes que seu parque industrial migre para outros estados.
As notícias que chegam do Planalto são cada vez mais sombrias para a Zona Franca de Manaus. A (PEC) 45/19, da reforma tributária começa a ganhar velocidade a caminho da votação. No encontro dos BRICS, esta semana, Bolsonaro alinhavou acordo para criar uma ZF para a China no Brasil.
A reforma extingue o IPI, o PIS e o Cofins, o ICMS e o ISS, e cria o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS), sobre o valor agregado e o Imposto Seletivo, sobre bens e serviços específicos.
O modelo Zona Franca não está preparado para esta mudança, vai perder fôlego e não é certo se conseguirá se adaptar antes que seu parque industrial migre para centros maiores.
Na questão chinesa, surge a possibilidade do golpe fatal no modelo. Os produtos chineses estão invadindo todos os mercados do mundo. Que força terá o Amazonas para competir?
Pela ótica do governo, restaria ao Amazonas a perspectiva de um novo ciclo econômico extrativista. Desta vez da madeira e minérios, abundantes em nossa floresta e maior cobiça da China.
Mas são comodities de exportação e o modelo chinês é predatório. Dois potenciais riscos de transformar a Amazônia numa nova Indonésia: rica, depredada e insustentável.
ASSUNTOS: ameaça a ZFM, Bolsonaro abre mercado para os chineses, Paulo Guedes, reforma tributária
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.