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E se Bolsonaro for eleito presidente? A história dirá o que fomos capazes de fazer com o Brasil


Por Raimundo de Holanda

28/08/2018 21h51 — em
Bastidores da Política



O candidato Jair Bolsonaro tem dominado os debates e entrevistas a que vem sendo submetido. Ele consegue ser ao mesmo tempo arrogante e comedido, inteligente e estúpido, preparado e inapto. Mas sem dúvida sua ironia é a sua maior arma. É um fenômeno destes tempos de descrença na política e nos políticos. Apesar de tudo isso, tem uma forma genuína de se comunicar com a sociedade. 

Na entrevista desta terça-feira no Jornal Nacional não se deixou intimidar. Ao contrário, intimidou os entrevistadores, seja falando de infidelidade, que deve ter incomodado William Bonner, seja abordando outros temas incômodos, como o fato de a Globo sobreviver de verbas públicas (bilhões de reais, segundo ele), e que em tese não cabe aos seus jornalistas discutirem eventuais gastos que os parlamentares tem com o auxilio moradia.

O que fica mesmo desses episódios não é o indiscutível preparo de Bolsonaro para o enfrentamento. É o despreparo dos jornalistas, a incapacidade de desmontar um político sem história, sem uma visão real do Brasil, sem uma consciência critica dos direitos das minorias, sem capacidade para comandar um País em um mundo globalizado. 

Na verdade Bolsonaro é uma construção do submundo, de uma minoria radical e revoltada, mas que ganha força e se espalha como epidemia pelo País. Há sim o grande risco de ser eleito presidente. E caso eleito… Bom, a história dirá o que fomos capazes, enquanto eleitores, de fazer com o Brasil. 

PT DE NINGUÉM 

A coligação Renova Amazonas continua sem o PT e seu ‘precioso’ tempo de propaganda. O ‘martelo’ do desembargador Aristoteles Thury bateu forte para sustentar a decisão monocrática do juiz Marco Antonio Costa, que retirou o PT da aliança de David Almeida.

MUDANÇA NA AFEAM

O governo fez uma troca ‘provisória’ no comando da Afeam, que esperava há quatro meses o aval do Bacen para os nomes indicados para a agência financeira. Por enquanto ficam Luiz Fernandes e Ana Lúcia Almeida, até que Iolane Machado seja homologado para presidente.

RECEITAS DE CAMPANHA

Os candidatos ao Governo do Amazonas, Omar Aziz (PSD) e Wilson Lima (PSC) foram os primeiros a declarar valores de arrecadação em receita, que serão utilizados em despesas com a campanha. Omar declarou receita de R$ 3,5 milhões, desse valor, R$ 3,4 milhões são do Fundo Eleitoral repassados pelo diretório nacional do PSD. O restante dos recursos arrecadados foram de doações feitas por seis pessoas físicas, que doaram cada uma R$ 1,1 mil. Wilson Lima declarou uma receita de R$ 200 mil que também é do Fundo Eleitoral de seu partido o PSC. 

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O limite de gastos para os candidatos ao governo é de R$ 5,6 milhões no primeiro turno, podendo chegar a R$ 8,4 milhões no segundo turno. 

CONVÊNIO CAIXA 

A Caixa Econômica Federal e a Prefeitura de Manacapuru celebraram convênio para construção de 667 moradias populares por meio do Programa Minha Casa Minha Vida no Residencial Manacapuru. O valor do convênio será de R$ 620,3 mil, com previsão de duração de 20 meses para execução das obras. O extrato do convênio foi publicado no Diário Oficial da União de terça-feira (28). 

CADÊ O  CONCURSO   

A não realização concurso público no município de Urucará e contratação de servidores temporários está sendo investigada pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM). A promotora de Justiça Márcia Cristina Oliveira foi quem determinou a abertura de Inquérito Civil, conforme portaria publicada no Diário Oficial Eletrônico do MP de terça-feira (28).

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ASSUNTOS: bolsonaro-william-bonner-jornal-macional, Eleições 2018

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.