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Governo na encruzilhada


Por Raimundo de Holanda

13/10/2015 0h20 — em
Bastidores da Política



O governo do Amazonas chega a uma encruzilhada perigosa. A crise se agrava e as medidas de combate aos seus efeitos orçamentários não estão alcançando os resultados esperados. O governador José Melo apostou que as coisas melhorariam até setembro, mas as nuvens anunciando tempestade permanecem densas.   Melo tem a virtude de enfrentar a  crise com transparência e o defeito de absorver o lado negativo dela, que não é  responsabilidade sua. O que torna seu governo  a um só tempo responsável com a coisa pública mas extremamente  impopular. Nem o governador estava preparado para esse quadro, que é nacional e desestruturante, nem seus eleitores esperavam deles ações que ainda  não conseguiram assimilar; 
 
CONSPIRAÇÃO  CONTRA EDUARDO BRAGA
 
O setor elétrico nacional conspira contra o ministro Eduardo Braga, que a toda hora tem de apagar incêndios provocados por ‘curtos-circuitos’. O último é novo rebaixamento da agência Moody's que diz que a Eletrobras não terá como executar seu plano de investimento. É que sua geração de caixa não deve superar R$ 1,4 bilhão neste ano, enquanto o plano prevê R$ 10 bilhões por ano entre 2015 e 2019. Isso com uma previsão de dívida que deve chegar a R$ 56,8 bilhões em 2016. Para que Braga possa ‘suspirar’, a empresa terá liquidez relativamente adequada nos próximos seis a nove meses.
 
Quem não quer dar ‘fôlego’ ao ministro é o tucano Arthur Bisneto, que já pediu informações da Eletrobras a respeito das conclusões da agência de risco.
 
ENFIM, A SAUDE
 
Diante das constantes reclamações e da lentidão no atendimento às demandas, o governador José Melo tomou uma decisão que já foi adotada pelo ex-governador Amazonino Mendes, quando lançou em seu terceiro mandato o Plano de Revitalização da Saúde e colocou seu vice Samuel Hanan diretamente no comando das ações. Melo não pretende ainda atingir todo o sistema de saúde pública, mas vai começar atuando dentro da Fundação Cecon, que apesar de ser referência na região e países vizinhos, ainda capengando na sua evolução no tratamento das pessoas com câncer. 
 
GUERRA DE SANGUE
 
A ‘guerra do impeachment’ promete ser sangrenta e sem regras de cordialidade. A presidente Dilma Rousseff já montou seu ‘aparato’ jurídico para enfrentar o Legislativo usando o Judiciário. Os argumentos irão focar sempre na desqualificação das denúncias e provas. É o método que vem sustentando o PT no poder há 13 anos. O TCU foi a última vítima do processo e Eduardo Cunha ressurge como ‘alvo prioritário’ para os ataques antecipados. Ele sabe que, se perder a batalha, será duplamente desqualificado. Mas poderá agir como o pau-podre que ‘tanto cai quanto derruba os outros’.
 
QUEBRA NEGADA
 

Ana Cláudia Botelho Nóbrega fez doação ao candidato de sua preferência nas eleições de 2014. Mas o valor despertou o faro de detetive do Ministério Público Eleitoral (MPE) que entrou com representação na Justiça Eleitoral pedindo a quebra do sigilo fiscal de Ana Cláudia por excesso )?)de doação no valor de R$ 168,91. O  juiz da 37ª Zona Eleitoral de Manaus, Marcelo Manuel da Costa Vieira, negou o pedido.
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O mesmo procedimento foi definido pelo juiz Marcelo Manuel para representações do MPE contra José Augusto Lira do Canto, Purcino Henrique de Meneses e Ivan George Cheik Furtado.
 
NOVOS MUNICÍPIOS

Na quarta-feira, 14,  quem vai participar da “Marcha de Brasília”,   é o deputado estadual Adjuto Afonso (PP) que, assim como os demais apoiadores da marcha, entre outras reivindicações querem que os Estados tenham autonomia para criar novos municípios.
 
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.