Moro atribui massacre no Amazonas a descontrole do Estado
Tem endereço certo a afirmação feita em Lisboa pelo Ministro da Justiça, Sérgio Moro, de que o massacre ocorrido em Manaus se deve “a certo descontrole do poder estatal”.
Apesar de informada pelo serviço de inteligência do Governo do Amazonas, de que havia risco de um novo conflito nos presídios de Manaus, a Secretaria de Administração Penitenciaria não agiu com eficiência para evitar o massacre de 57 presos no último final de semana. E a responsabilidade atribuída inicialmente a 8 detentos, como mandantes da chacina, acabou sendo negada pelo Ministério Público. Um constrangimento para o governador Wilson Lima, que de posse de informação equivocada passada pelos seus auxiliares, pediu auxilio do Ministério da Justiça e os embarcou para presídios federais, onde as vagas são abertas em casos extremos.
Nesse cenário, onde os principais atores não se entenderam, ficou a impressão, ruim, de que autoridades do governo fizeram uma lista falsa para se livrar de detentos que eram de alguma forma inconvenientes, mas não participaram do massacre. O retorno deles é previsível.
Vai ficar o desgaste, que só tem um remédio: a demissão dos secretários da Seap e da Segurança, que andaram juntos nesse episódio lamentável
O governador Wilson Lima precisa agir rapidamente para restabelecer a confiança dos cidadãos em seu governo e evitar que o canal aberto com o Ministério da justiça seja fechado pelos desmentidos das últimas horas.
PEC DA REELEIÇÃO NA ALEAM
Projeto de Emenda Constitucional que restabelece a reeleição para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Amazonas foi aprovada nesta quarta-feira por 21 deputados estaduais, o que abre caminho para mais um mandato do atual presidente, Josué Neto.
ASSUNTOS: sérgio morto-wilson lima-governo-do-amazonas-rebelião-presos-manaus-massacre-de-presos
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.