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Morre o fotógrafo de uma época de ostentação em Manaus


Por Raimundo de Holanda

29/12/2019 20h40 — em
Bastidores da Política



A morte chegou inesperada e levou ‘Barros’, o fotógrafo de uma geração  que podia ostentar sem medo. O colunismo social, em alta nos anos 70-90  era o  melhor canal para exibir riqueza e poder. Uma época de ouro para o jornalismo e de oportunidades para os novos ricos que não  precisavam explicar a origem do dinheiro que comprava quase tudo.

O colunismo social explodia nessa época  e dois nomes se destacavam - Carlos Aguiar e Gilberto Gil.   Barros tinha  habilidade, talento e um bom trânsito no meio social. Isso o tornava disputadíssimo.  Suas fotos retratavam bem o luxo da classe dominante, mas não eram produto de simples clics, havia arte e leveza e isso o tornava muito requisitado nas festas  da alta sociedade.

Barros gostava da vida e da arte que ele praticava. Mas não gostava do nome: Raimundo.  Porque não é um nome… que digam os Raimundos que já leram o Poema  "Sete Faces", de Carlos Drummond:

“Mundo, mundo, vasto mundo/ seu eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução”.  Barros era sim, para o seu tempo, uma solução. Parte como todos um dia se ausentarão daqui, mas é dolorosa uma partida poucas horas antes do ano terminar…

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ASSUNTOS: fotógrafo dos novos ricos, Manaus, Ostentação em fotos, Raimundo Barros

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.