O assassinato do motorista e o clamor por 'segurança'
Os protestos no enterro do motorista de ônibus Francisco Araújo da Silva, assassinado enquanto trabalhava em Manaus revela uma visão simplista de um problema que está relacionado a falta de políticas sociais e ao desemprego crescente. E que não será resolvido com o aumento do aparato policial - pois está provado que criminosos surgem todos os dias, assim como suas vítimas.
Que é preciso prendê-los, isso é fato. Mas o problema da violência em si não é questão de ter menos ou mais policia, menos ou mais armamento. É questão de política pública, de uma visão macro da sociedade e seus problemas.
Todas as vezes que a sociedade clama por mais polícia ela abre espaço para mais violência, para batidas policiais onde trabalhadores são revistados arbitrariamente, especialmente os mais pobres.
Invés de Polícia, mais emprego, mais investimento em programas sociais, na melhoria do ensino, na merenda dos alunos, na construção de creches para as crianças e oportunidade de empregos para seus pais. Esse o grande investimento que o governo deve fazer para resolver o problema da violência. E essa deveria ser a principal reivindicação dos que hoje se revoltam com o estado atual em que vivemos.
Afinal, quando se pede mais policia e ao mesmo tempo se bloqueia ambulância que prestaria socorro médico a acusados de assassinatos, está se alimentando uma violência maior ainda, não se pleiteando justiça, mas vingança.
AH, AGORA MUDOU NÉ ?
Supreendentemente, depois desse desabafo, Carlos Valois excluiu esse post de sua página no Facebook. Que o teria motivado a apagar tudo?
LEI DE INFORMÁTICA
Segundo o deputado Serafim Corrêa (PSB), a Assembleia Legislativa enviará, nesta semana documento à Presidência da República pedindo a revisão da Medida Provisória 810/2017, transformada na Lei 13.674, que corta importantes recursos financeiros destinados a pesquisas e desenvolvimento científico na UFAM e na UEA.
“APAGÕES” DA COPA
Com a chegada do verão e da Copa do Mundo da Rússia, voltaram os “apagões” na cidade de Manaus e no interior do Estado. A Eletrobras Amazonas Energia atribui o fenômeno à manutenção de equipamentos, mas na Zona Norte a população pensa diferente, pois os “apagões” são constantes.
QUEDA DE BRAÇO
A bancada situacionista na Assembleia Legislativa do Amazonas se diz apta a forte queda de braço para impedir que a oposição consiga 13 votos para derrubar o veto do governo à recomposição salarial dos policiais militares.
ASSUNTOS: motorista assassinado-manais
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.