Compartilhe este texto

Sem um grupo para chamar de seu


Por Raimundo de Holanda

23/03/2015 22h02 — em
Bastidores da Política



Na história recente do Amazonas houve um governador que chegou ao poder prometendo reformar tudo. Do pão para o tucumã, da corrupção para a moralidade, das velhas práticas à modernidade. José Lindoso era tido como homem ilibado e emérito articulador político. Mas montou um governo de grupos, cedendo espaços a alas antagônicas, dentro do emaranhado de interesses políticos que vigoravam à época. Tecnicamente estruturou um governo que deixaria o Amazonas pronto para o  futuro. Porém, não conseguiu domar o “monstro de sete cabeças” que ele mesmo alimentara. Saiu com a pecha de fraco, mesmo sendo até hoje o governador mais honesto desde   Álvaro Maia.

Daqui a duas semanas, ou 14 dias, o governador José Melo completará um ano à frente do governo. Melo chegou ao poder com fama de bom administrador e articulador de outros governos. Mas prolongou uma reforma que deveria ser rápida e não conseguiu montar um grupo “pra chamar de seu”. Com ele, vai enfrentar uma crise econômica e colocar em cheque sua biografia. Com o dever de sobreviver a ambos. Até para evitar que o exemplo histórico se repita.

OS INOCENTES DO PT

Toda inocência será punida, e toda culpa será inocentada. Ou pode-se repetir a frase de Zé Bebelo, em Grande Sertão: Veredas – “...é, é o mundo à revelia”. Só por ângulos surreais dá para analisar a massificação do discurso do PT em relação à corrupção desenfreada no governo e em resposta à mobilização popular contra a realidade. Dilma e sua trupe tentam “pregar” com sutileza rinocerôntica que os membros do seu governo são inocentes, e que os empresários são os culpados por corromperem pessoas inocentes. Mas em sua “santa inocência” assume que o PT pratica uma corrupção que sempre existiu. Moral petista: se dá pra roubar, o governo precisa ser ladrão.

O PAI DA CRIANÇA

Depois que Manaus foi escolhida subsede para o futebol dos Jogos Olímpicos de 2016, todo mundo decidiu revelar o verdadeiro “pai da criança”.  Roberto Gesta, com todos os méritos de sua longa trajetória de dirigente em todas as instâncias do esporte amador mundial. No mundo político, o trabalho do prefeito Artur Neto e do governador José Melo foi   a complementação do grande lance de Gesta. “Se a Olimpíada vem pra Manaus, é graças à articulação do  Gesta”, soltou Alessandra Campelo, apoiada por colegas de situação e de oposição.

TRE  ABRE SINDICÂNCIA EM CARAUARI

O vice-presidente e corregedor do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, desembargador João Mauro Bessa, mandou instaurar sindicância, com base em relatório de correição, para apurar irregularidades detectadas na 21ª Zona Eleitoral de Carauari/AM. 

@@@

Entre os problemas apontados   estão  documentos recebidos desde setembro de 2014 pendentes de protocolo, registro, autuação e análise, entre eles  notícias acerca de suposta prática de crimes eleitorais, autos de apreensão, denúncia ofertada pelo MPE e representação por propaganda extemporânea.

AS CRISES DE DILMA

O prefeito Artur Neto diz que o desempenho da economia brasileira vai ser 2% negativo  neste ano. A reboque dessa situação, Artur diz  que a crise econômica vivida pelo país vem desde os dois últimos anos do governo Lula agravada pelo primeiro mandato de Dilma Rousseff.  

CONTAS DESAPROVADAS 

O juiz da 20ª Zona Eleitoral de Benjamin Constant/AM, Bruno Rafael Orsi, desaprovou no exercício de 2011 a prestação de contas anuais de 18 partidos com diretório municipal naquela localidade. No exercício de 2012 foram desaprovadas 13 prestações de contas e em 2013, já têm desaprovadas.

RESERVAS TCETUR

Enquanto os servidores Merisa Monteiro Mendes, Pedro Augusto Oliveira da Silva e Izabel Cristina Nogueira Seabra retornaram do Recife a bordo do JosAir. E já estão com reservas feitas pela TCETur, para embarques programados para o mês de abril, Caroline Cunha de Oliveira, com destino ao Rio de Janeiro; e Jessé Pereira da Rocha, que vai para São Paulo.

AGENDA MÚLTIPLA

O deputado federal Marcos Rotta (PMDB) está com uma plataforma múltipla na reforma eleitoral em debate no Congresso Nacional. Rotta defende o fim da reeleição para cargos do Executivo, quer acabar com as pesquisas boca de urna, assim como  reduzir o tempo da campanha eleitoral. Ele também quer o fim do voto obrigatório.

Siga-nos no


Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.