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A trave que está cegando Bolsonaro


Por Raimundo de Holanda

25/12/2019 19h41 — em
Bastidores da Política



A mensagem natalina do presidente Jair Bolsonaro foi uma ‘exaltação’ ao que não é e ao que não foi feito. Por exemplo, só ele enxerga o fim do “viés ideológico nas relações comerciais” com a americanização do governo e a ‘guerra’ particular contra o resto do mundo.

Embora o filho senador Flávio esteja no centro de uma investigação sobre desvio de recursos públicos, o ano acaba para Bolsonaro "sem qualquer denúncia de corrupção".

Bolsonaro negocia com todas as vertentes evangélicas para melhorar sua popularidade, mas ‘transforma’ isso em virtude se autoproclamando um presidente que acredita em Deus.

Como o mundo  está voltando “a confiar no Brasil”, como diz o presidente, mesmo sabendo que por causa  de medidas que ele mesmo adotou o País está deixando de cumprir tratados e respeitar resoluções internacionais?

Talvez nem Papai Noel acredite no que diz Bolsonaro, um presidente que não consegue ver os próprios defeitos, mas vê o defeito dos outros. 

Bolsonaro, que se ampara no poder dos bispos evangélicos, que se prestaram ao papel de buscar assinaturas entre fieis  para viabilizar seu novo partido, poderia ser aconselhado a ler o Discurso sobre Julgamentos, uma das passagens do livro de Mateus:

“Por que vês tu, pois, o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho? Ou como dizes a teu irmão: Deixa-me tirar-te do teu olho o argueiro, quando tens no teu uma trave? Hipócrita, tira primeira a trave do teu olho, e então verás como hás de tirar o argueiro do olho de teu irmão. (Mateus, VII: 3-5).

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ASSUNTOS: Bolsonaro cai no banheiro, bolsonaro não vê corrupção no governo, cisco no olho de bolsonaro

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.