Compartilhe este texto

Wilson, o tigrão que ameaça chutar a porta de Guedes em Brasília e o tchutchuca que não consegue ouvir os professores


Por Raimundo de Holanda

22/04/2019 20h53 — em
Bastidores da Política



O governador Wilson Lima viajou a Brasília com a intenção de chutar a porta do gabinete do ministro Paulo Guedes para defender a Zona Franca. Quer bancar o tigrão depois de ter feito papel de tchutchuca nas reuniões anteriores. Só esqueceu de levar uma proposta em mãos.

Dizer “ministro, não é assim como o senhor tá pensando” não resolve nada. É hora de mostrar que seu governo tem competência para propor o ajuste do modelo na reforma tributária.

Por falta de ‘comando’ o Amazonas está levando a coisa para o ‘bate boca’ nas mídias. Esse é o campo preferido do governo Bolsonaro. É a forma que ele usa para levar a coisa do seu modo.

Está em curso uma reforma tributária no país e o governo do Amazonas não sabe o que fazer diante da ameaça que ela representa para a economia local centrada nos incentivos fiscais.

Temos desafios enormes para manter a ZFM competitiva nos próximos anos, com essa reforma, mas Wilson Lima acha que dando um pontapé na porta do ministro vai resolver.

Ignora solenemente que existe uma representação empresarial do mais alto nível técnico no Parque Industrial de Manaus  e que seria a primeira opção para o governo buscar uma proposta de ajuste do modelo.

Acirrar os ânimos em discussões midiáticas inócuas ou medir força com o governo federal, certamente não é o caminho. Wilson precisa acordar e ver que leme agora está em suas mãos.

GUERRA COM OS PROFESSORES

O governo do Amazonas viu a janela de negociação com os professores fechar. Agora eles ocupam a sede da administração estadual. Querem mais do que os 15 por cento que o governador Wilson Lima diz que não pode dar.

 

Querem transformar o desrespeito com que têm sido tratados na  humilhação de um governo que já está literalmente no chão.

DERROTA DO GOVERNO

Os professores se contentariam com  7 por cento, ou menos, se o governo tivesse capacidade de negociar, de conversar, de se aproximar de um segmento importante para o Estado e para o país. Mas preferiu o confronto. Está perdendo a guerra internamente, com mudanças apressadas na Seduc, e externamente, na opinião pública.

SEM COMANDO

A questão agora é uma só, claramente exposta nos últimos dias: esse grupo político e econômico que vendeu o novo e  acenou com grandes transformações no Amazonas para os próximos anos é uma fraude. Não se importa com a educação, não se importa com  quase nada. Temos um jovem indeciso, confuso no 'comando' do governo, mas sem apontar em uma direção. Pobre Amazonas.

Siga-nos no

ASSUNTOS: Amazonas, greve, Luiz Castro, paulo guedes, professores, Seduc, Tigrão, wilson lima

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.