SÃO PAULO - A polícia de São Paulo investiga se as duas meninas de três anos encontradas mortas dentro de um carro em São Miguel Paulista, na Zona Leste, nesta quinta-feira foram vítimas de violência ou acidente. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), não foi possível reconhecer a identidade das crianças devido ao estado avançado de decomposição dos corpos, mas há a suspeita de que se trata de duas meninas que viviam na região e estão desaparecidas desde o dia 24 de setembro.

As mães das garotas, identificadas como Bia e Mel, reconheceram as roupas das filhas nos corpos encontrados. De acordo com vizinhos, elas desapareceram quando brincavam em frente de casa, cerca de 150 metros do local onde estava o veículo.

A identificação dos corpos será por meio de DNA, e o resultado deve ficar pronto no início da semana que vem. Enquanto o resultado não sai, a polícia vai ouvir vizinhos e parentes das crianças para tentar encontrar mais indícios sobre as mortes.

A polícia localizou os corpos no porta malas de uma Fiorino branca, na favela Jardim Lapena, por volta das 17h. Os vizinhos tinham fechado parte da rua para fazer um churrasco e sentiram um cheiro muito forte vindo de um terreno que estava fechado com placas de alumínio. Um morador pulou o muro e encontrou o carro com os dois corpos. O veículo foi levado para o pátio da delegacia do bairro. Nas portas empoeiradas, a polícia localizou marcas de dedos.

O Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) cuida do caso.

— Por enquanto não dá para dizer, descartar o que pode ter acontecido. Se foi um crime, se foi acidente. Depende dos laudos que vamos poder definir o que pode ter acontecido — disse a delegada Ana Lucia Lopes Miranda.

A polícia também vai tentar identificar se as meninas foram alvo de violência sexual. Segundo a delegada, os vizinhos relatam que não houve nenhuma anormalidade naquele dia.

No fim da tarde desta sexta-feira, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, determinou o pagamento de até R$ 50 mil para quem fornecer informações que levem à identificação de eventuais envolvidos no caso. A resolução determinando o pagamento será publicada no Diário Oficial.

As denúncias devem ser encaminhadas ao site do WebDenúncia ou à autoridade policial, com sigilo dos dados do informante. O interessado em denunciar precisa acessar o WebDenúncia e seguir as instruções. Não há a necessidade de realizar cadastro ou identificação pessoal. Ao final do processo, a pessoa recebe um número de protocolo e uma senha para acompanhar anonimamente o andamento da denúncia