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Unicamp supera USP; UERJ e UFRJ caem em ranking de universidades

Por Agência O Globo

20/07/2017 7h07 — em



RIO — A Universidade Estadual de Campinas superou a Universidade de São Paulo e ficou no topo do ranking de melhores universidades da América Latina, elaborado pela “Times Higher Education” (THE). O Brasil continua dominando a lista, com 32 das 81 instituições listadas, mas 20 delas perderam posições em relação ao ano passado. Em crise, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, listada na 20ª posição em 2016, caiu para a 24ª neste ano. A Universidade Federal do Rio de Janeiro, que estava em 5º no ano passado, caiu para 8º.

Nas dez primeiras posições estão cinco instituições brasileiras. Além de Unicamp e USP, completam a lista a Universidade Federal de São Paulo, em 7º; a Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 8º; e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Mas entre as 50 melhores estão apenas 18 brasileiras, contra 23 no ano passado. A crise política e financeira que o país atravessa pode ser uma explicação para a queda no ranking das universidades brasileiras.

Até mesmo a Unicamp, que conseguiu se destacar pela forte performance em influência, calculada pelo volume de citações, e da transferência de conhecimento, medida pelas receitas oriundas da indústria, sofre com a falta de recursos. Marcelo Knobel, reitor da universidade, afirmou que o resultado no ranking da THE reflete as melhorias implementadas pelas estratégias de pesquisa e transferência de conhecimento ao longo dos últimos 15 anos, com processos seletivos de contratação e colaboração com instituições privadas em pesquisas, mas a crise impede avanços ainda maiores.

— Nosso orçamento é perto do que era em 2008, mas o problema é que a universidade cresceu cerca de 30% nesse período — disse Knobel. — Nós temos que restringir nossos investimentos em novas construções. Isso vai afetar as pesquisas e o funcionamento da universidade.

Sem investimentos, a tendência é que a posição do país comece a ser ameaçada pelos vizinhos. A THE ressalta que na região da América Latina como um todo, baixos salários, falta de financiamento e a burocracia excessiva fazem com que pesquisadores de alto nível migrem para centros de estudo em outras regiões. Mas três países se destacam, e podem se tornar estrelas da educação superior: Chile, Colômbia e Argentina.

Os chilenos tinham 11 universidades entre as 50 melhores no ranking do ano passado, e nesta edição têm 15, incluindo a Pontifícia Universidade Católica do Chile, em 3º; e a Universidade do Chile, em 4º. A Colômbia tem sete novas universidades no ranking, chegando a um total de 11, incluindo a Universidade dos Andes, na 5ª posição. A Argentina ingressou no ranking este ano, com duas instituições.

Entretanto, Carolina Guzmán Valenzuela, do Centro de Pesquisas Avançadas em Educação da Universidade do Chile, acredita que o Brasil continue liderando a educação superior na região, por ter maiores níveis de investimento em pesquisa e desenvolvimento. Segundo a especialista, os governos devem fornecer maiores investimentos em projetos de pesquisa de alta qualidade, promover a colaboração entre centros de pesquisa dentro da região e desenvolver mecanismos de transferência de conhecimento para as comunidades.

— É difícil imaginar que universidades da América Latina possam competir em condições de igualdade com as melhores do mundo, a maioria localizada no Hemisfério Norte — disse Carolina.


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