Obama: falha na execução em Oklahoma é 'profundamente perturbadora'
afp.com / JEWEL SAMAD
Washington (AFP) - O presidente americano, Barack Obama, considerou "profundamente perturbador", nesta sexta-feira o fato de que o condenado à morte por injeção letal em Oklahoma (sul) tenha agonizado por mais de meia hora.
Obama comentou que, embora alguns crimes sejam tão odiosos que seus autores poderiam merecer a pena capital, o incidente e a agonia sofridos por Clayton Lockett despertaram "interrogações significativas sobre como a pena de morte está sendo aplicada".
Negro e condenado por estupro e assassinato, Lockett recebeu na última terça uma nova substância não testada antes da injeção e que deveria levá-lo à morte rapidamente. O efeito não foi o esperado e o condenado agonizou por mais de meia hora até ter uma parada cardíaca e morrer.
"O que aconteceu em Oklahoma é profundamente perturbador", admitiu Obama em uma entrevista coletiva com a chanceler alemã, Angela Merkel, em visita oficial em Washington.
"O indivíduo que foi submetido à pena de morte cometeu crimes odiosos, crimes terríveis", afirmou o presidente.
"E disse, no passado, que existem algumas circunstâncias, nas quais os crimes são tão terríveis que a aplicação da pena de morte pode ser apropriada - crimes em massa, o assassinato de crianças", acrescentou.
"Mas também disse que, na aplicação da pena de morte neste país, detectamos problemas significativos. Viés racial", reconheceu Obama.
"Uma aplicação desigual da pena de morte. Situações em que houve pessoas no corredor da morte e se descobriu mais tarde a inocência por meio de provas", acrescentou.
"E todas essas (situações), acho, despertam interrogações significativas sobre como se está aplicando a pena de morte", disse o presidente.
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