Chanceleres da Argentina e Uruguai querem acordo de livre comércio com a China
ASSUNÇÃO, Paraguai — As negociações entre Mercosul e União Europeia (UE) caminham para o fracasso e a saída é começar a discutir um acordo de livre comércio com a China. Foi o que disseram os chanceleres do Uruguai, Rodolfo Novoa, e da Argentina, Jorge Faurie, neste domingo, durante reunião preparatória para o encontro de presidentes do bloco, que acontecerá nesta segunda-feira, na capital paraguaia.
— Estamos certos que a janela de oportunidade começa a entortar. A Argentina concorda com o que diz o Uruguai e está disposta a ver o que pode fazer (em relação à China) — afirmou o chanceler argentino.
Até poucos dias atrás, a Argentina era grande defensora do acordo com a União Europeia. Buenos Aires defendia que as negociações, que ocorrem há 20 anos, fossem concluídas o quanto antes. Agora, já admite que as conversas não vão mais para frente.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloyzio Nunes, não comentou a proposta dos dois sócios do bloco, durante seu discurso na reunião de chanceleres. Sequer mencionou a China. Disse que, em relação à União Europeia, o melhor é não perder de vista outras frentes negociadoras, como a Aliança do Pacífico (México, Peru, Colômbia e Chile) e Singapura.
— Há outras frentes negociadoras que estão abertas, outras perspectivas — disse Nunes.
A mensagem que tem sido transmitida pelo Itamaraty é que as negociações entre Mercosul e União Europeia devem ser concluídas nos próximos meses. Porém, apesar dos avanços, há uma série de questões pendentes, por exemplo, na área automotiva, em propriedade intelectual, em indicações geográficas e serviços marítimos.
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