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Velódromo recebe Mundial de Paraciclismo

Por Agência O Globo

18/03/2018 20h03 — em
Esportes



Chamada de “arena problema" nos Jogos do Rio-2016, o velódromo permanece como a obra que mais gera custos do Parque Olímpico e dá trabalho com manutenção. Palco do Mundial de Paraciclismo, que será disputado de quinta-feira a domingo, o local já acumulou gasto exorbitante em energia elétrica, de R$ 1.876.535,04. Este valor é referente somente aos meses de abril a dezembro de 2017, quando a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo) assumiu a gestão. Ou seja, em oito meses do ano a conta mensal, em média, foi de R$ 234.566,88. Os dados dos dois primeiros meses de 2018 não foram consolidados ainda pela Aglo.

A energia não pode ser desligada porque a pista, especial, é de madeira de pinus siberiano, e sem o ar-condicionado pode estragar. A empresa alemã que a construiu orientou que a temperatura deve permanecer entre 18°C e 26°C, e a umidade do ar em torno de 30%.

Um dos recentes problemas enfrentados pelo velódromo — que custou R$ 143 milhões ao governo federal — foi com dois incêndios, em curto intervalo de tempo, de apenas quatro meses (julho e novembro). A cobertura foi atingida por balões e pegou fogo.

Bem refrigerado

No primeiro reparo, em agosto, a obra custou R$ 198 mil. Já no segundo, o investimento para a recuperação foi de R$ 60 mil. Ambos foram realizados em um período de duas semanas.

— O equipamento olímpico se encontra nas mesmas condições em que foi recebido por ocasião das Olimpíadas Rio-2016. A Aglo, de modo a prevenir a ocorrência de novos episódios envolvendo queda de balões, está destinando brigadistas para que permaneçam no local 24h. Além disso, a autarquia estuda a aquisição de equipamentos capazes de evitar futuros danos — diz o órgão, por meio de nota.

Os atletas e o público que estarão no velódromo nos próximos dias vão perceber que as marcas do incêndio ainda permanecem visíveis. Na parte interna, a cobertura está queimada e há tapumes pretos que escondem parte da estrutura destruída. Já na parte externa, o reparo também é nítido porque está sobreposto à cobertura original.

De acordo com o órgão, ainda será necessária a contratação de uma empresa para reposição definitiva do telhado. Como há necessidade de a Prefeitura do Rio acionar as empresas para efetuar os reparos dos vícios construtivos (decorrentes da obra de construção do velódromo), já está sendo elaborado um termo de cooperação com o município, para que a contratação da empresa seja efetuada em conjunto.

POUCAS COMPETIÇÕES

O Mundial de Paraciclismo também marca a volta das competições ao Velódromo, algo raro desde que foi aberto, em agosto de 2016 para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A primeira e última competição foi em maio de 2017, quando aconteceu a reabertura da arena. Entre os dias 22 e 25, o público poderá acompanhar a disputa em provas pela manhã e à tarde, ambos com entrada gratuita.

— É uma pista boa, gosto de competir. Aqui é a melhor pista que eu já andei entre todas no mundo. Foi onde fiz o melhor tempo — diz o medalhista paralímpico Lauro Chaman, que ainda torce para a arena receber mais provas. — Tomara que seja mais utilizado, tenha mais competições. Temos que usar muito, porque não há melhor que essa. Quanto mais velho o velódromo, mais rápido fica. Esse tem dois anos e já é muito rápido. Imagina daqui a dez anos: será o mais veloz de todos.

Romolo Lazzaretti, atual coordenador da seleção brasileira de paraciclismo, afirma que o velódromo é pouco aproveitado e explorado. O italiano, que comanda a equipe desde 1996, garante que a falta de uma cultura ciclística atrapalha a arena do Rio ser considerada uma das melhores do mundo, além de ser pouco explorada.

— Isso aqui, se tivesse uma cultura ciclística, seria o melhor velódromo da América Latina. É uma das pistas mais rápidas do mundo por causa do clima, do calor, da madeira que foi utilizada. O governo do país não sabe o diamante que tem nas mãos. É um lugar fantástico. E o ciclismo nasce no velódromo e não na estrada — completa Lazzaretti.


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