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Vulcão entra em erupção na Indonésia após terremoto e tsunami

Por Portal Do Holanda

03/10/2018 8h17 — em
Mundo



PALU -  Após o terremoto e a tsunami que, segundo as últimas informações, já mataram 1.407 pessoas e feriram mais de 2.500 na ilha de Célebes, na Indonésia, o vulcão Soputan, também situado na ilha, entrou em erupção, expelindo uma nuvem de cinzas de até 4 mil metros de altura. Mas, segundo as autoridades, por enquanto não representa maiores riscos para a população.

"As pessoas devem permanecer a mais de quatro quilômetros da cratera e usar máscaras, mas não devem deixar a região no momento", afirmou em comunicado a Agência de Gestão de Desastres do país.

O vulcão Soputan fica a mil quilômetros de Palu, a cidade mais devastada na sexta-feira passada por um terremoto de 7,5 graus e uma tsunami cujas ondas chegaram a 6 metros.

Enquanto isso, sobreviventes famintos procuravam por comida em fazendas, à medida que trabalhadores dos serviços de resgate começavam a chegar às áreas mais remotas. Segundo a Cruz Vermelha, a catástrofe pode ter afetado mais de 1,6 milhão de pessoas.

Corpos aumentam risco de doenças

Segundo Willem Rampangilei, diretor da agência, "ainda há corpos presos sob os escombros. Não sabemos quantos. Nossa prioridade segue sendo encontrar e salvar as pessoas".

O Centro de Coordenação de Ajuda Humanitária e a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) advertiram para a urgente necessidade de bolsas plásticas para os cadáveres. Devido ao clima equatorial da Indonésia, os corpos entram em decomposição rapidamente, o que aumenta o risco da propagação de doenças.

Ao menos 200 mil pessoas precisam de ajuda humanitária com urgência, advertiu o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA, na sigla original), incluindo dezenas de milhares de crianças.

Enterro em fossa comum

Para evitar um cenário ainda pior, grupos de voluntários começaram a enterrar as vítimas em uma grande fossa comum em Poboya, nas colinas que cercam Palu, com capacidade para 1.300 corpos.  Caminhões lotados de cadáveres chegam ao local para os enterros em massa.

Ao mesmo tempo, as equipes de resgate lutam contra o tempo para tentar encontrar sobreviventes entre os escombros. Apenas no hotel de Roa Roa, os socorristas acreditam que entre 50 e 60 pessoas podem estar presas nos destroços. Até o momento apenas duas foram resgatadas.

Calcula-se que 66 mil residências foram destruídas.

Sobrevivendo à base de cocos

Johnny Lim, dono de um restaurante em Donggala, contou que estava sobrevivendo à base de cocos.

— Aqui virou uma cidade fantasma. Tudo está destruído, não sobrou nada — disse Lim. — Estamos por um fio, não há água nem comida.

[Criança indonésia dorme no chão em acampamento de desabrigados pela catástrofe Foto: MOHD RASFAN / AFP]
Criança indonésia dorme no chão em acampamento de desabrigados pela catástrofe Foto: MOHD RASFAN / AFP

Em outra parte do município de Donggala, onde vivem 300 mil pessoas, sobreviventes buscavam por alimentos em pomares e campos.

— Dividimos o que achamos nas fazendas, sejam batatas-doces ou bananas — contou Ahmad Derajat, um dos sobreviventes, cuja casa foi levada pela tsunami. — Por que não estão nos mandando ajuda por helicópteros?

Falta combustível para o socorro

O presidente indonésio, Joko Widodo, fez nesta quarta-feira a segunda visita às áreas atingidas, mas a ajuda ainda demora a chegar.

— Todo mundo está desesperado por água e comida — diz uma das socorristas, Lian Gogali, cuja equipe só recebeu poucas rações para distribuir, trazidas de motocicleta. — Não se acha nenhuma das duas coisas, nem combustível.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: Indonésia, tsunami, vulcão, Mundo

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