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Maduro diz estar pronto para 'arrebentar os dentes' de Brasil e Colômbia

Por Folha de São Paulo

15/01/2020 10h45 — em
Mundo



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em seu discurso anual de prestação de contas, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que as Forças Armadas venezuelanas estão prontas para "arrebentar os dentes" do Brasil e da Colômbia em caso de uma agressão militar por parte desses países, segundo relato da agência EFE.

"Se se atrevem, vamos arrebentar seus dentes, para que aprendam a respeitar a Força Armada Nacional Bolivariana e o povo de [Simón] Bolívar", declarou na terça-feira (14), diante da Assembleia Nacional Constituinte, composta apenas por governistas.

Maduro disse ainda que conhece os "planos imperiais" da "oligarquia colombiana" e do presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

No mesmo discurso, Maduro se declarou disposto a aceitar o acompanhamento da ONU (Organização das Nações Unidas), da União Europeia e de outros órgãos internacionais durante as eleições da Assembleia Legislativa de 2020, ainda sem data para ocorrer.

Maduro descartou, no entanto, receber a OEA (Organização dos Estados Americanos) e o seu respectivo secretário-geral, Luis Almagro. 

"Portas abertas ao acompanhamento internacional. Welcome, welcome!", disse Maduro, segundo a AFP. 

"Quem não entrará nesse país é Luis Almagro, aquele canalha (...). OEA e Almagro não entrarão nunca mais na Venezuela", afirmou. 

A Organização dos Estados Americanos (OEA) atuou como observadora durante as últimas eleições presidenciais na Bolívia e apontou irregularidades que culminaram na renúncia de Evo Morales, um dos principais aliados de Maduro.  

Maduro também disse estar aberto para que o Poder Eleitoral, acusado pela oposição de servir ao chavismo, possa "prestar mais apoio" durante as eleições legislativas. 

Por lei, a prestação de contas do presidente deve ser feita na Câmara, único poder controlado pela oposição no país. Porém, na prática a Assembleia Constituinte assumiu essa função depois que a sede do Legislativo se tornou um órgão rejeitado pelo governo.

A oposição, cujos principais partidos políticos boicotaram as eleições presidenciais de 2018, ainda não decidiu se participará do processo eleitoral prestes a acontecer.  

O líder da oposição, Juan Guaidó, que em 23 de janeiro do ano passado reivindicou a presidência interina da Venezuela -reconhecido por mais de 50 países, incluindo o Brasil- exige uma nova eleição presidencial. 

A maioria da oposição legislativa considera Maduro um "usurpador", acusando-o de ser reeleito de forma fraudulenta.


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