Doença conhecida como 'Beijo Salgado' não tem cura e pode matar
Manaus/AM - Em alusão ao Dia Nacional de Conscientização e Divulgação da Fibrose Cística, médicos pediatras e pneumologistas da Policlínica Codajás tiraram dúvidas nessa quarta-feira (11) sobre a doença que é conhecida como “Beijo salgado” e pode matar.
A doença rara é genética e pode ser identificada ainda nos primeiros dias de vida com o teste do pezinho, que é o teste de triagem para a fibrose cística. O diagnóstico definitivo é feito pelo teste do suor que no Amazonas.
A pneumologista Cláudia Mello explica que a fibrose cística é uma doença que faz com que toda secreção do organismo do paciente seja mais viscosa que o normal, afetando especialmente os pulmões e o pâncreas, num processo obstrutivo causado pelo aumento da viscosidade do muco.
“Em decorrência dessa alteração genética, o muco vai se tornar desidratado e espesso, com o comprometimento no intestino, principalmente pâncreas e pulmões, mas podendo comprometer também outros órgãos”, explicou Cláudia.
De acordo com a pneumologista, os sintomas variam e podem incluir tosse, infecções pulmonares reincidentes, incapacidade de ganhar peso e fezes gordurosas. Os portadores da doença apresentam suor mais salgado que o comum, por isso a fibrose também é conhecida como a doença do beijo salgado.
Os tratamentos podem aliviar os sintomas e reduzir as complicações, no entanto, a doença não tem cura.
Diagnóstico precoce
Mãe de uma criança de 3 anos, diagnosticada com fibrose cística no primeiro mês de vida, Kelita Brito, 37, falou sobre a importância do diagnóstico precoce. Kelita perdeu um filho de 10 anos após complicações decorrentes da doença.
A família carrega o gene da doença. Segundo a médica pediatra e pneumologista da Policlínica Codajás, Cláudia Mello, a cada gestação por métodos naturais a chance de repetir o diagnóstico da fibrose cística no bebê é de 25%.
“Na minha segunda filha eu já imaginava que teria (a doença), porque meu filho morreu com fibrose cística. Ele morreu com 10 anos, mas naquela época nós não tínhamos informação”, disse a mãe. A criança de 3 anos faz acompanhamento em Porto Alegre (RS) a cada seis meses.
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