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Polícia confirma que arma foi implantada para incriminar adolescente morto por PMs em Manaus

Por Portal Do Holanda

08/11/2018 16h00 — em
Policial



Manaus/AM - O laudo de comparação balística do Departamento de Polícia Técnico Científica do Amazonas (DPTC) comprovou que o projetil encontrado no corpo do adolescente Hering da Silva Oliveira, 15, morto no dia 25 de outubro, saiu da arma do policial militar Erivelton de Oliveira Hermes, presos desde o último 30 de outubro. A polícia civil pediu a prisão temporária de outros dois policias militares por fraude processual e que estão envolvidos no crime. 

A prisão temporária foi solicitada ao Juiz Mauro Antony, da 3ª Vara do Tribunal do Juri, que deferiu os mandados de prisão dos policias militares Bruno Freitas e Ivanildo Rosas por fraude processual. A prisão foi solicitada pela titula da 4ª Seccional Oeste, delegada Rita Tenório, após a investigação confirmar que a arma encontrada no local foi implantada pelos policias para simular a troca de tiros. A investigação aponta ainda a participação de outra pessoa que forneceu a arma, mas ela ainda não foi identificada.

As diligências da polícia civil concluíram que nenhum dos adolescentes estava armado e que não houve troca de tiros com a polícia. De acordo com o titular da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM),  Coronel Amadeu Soares, a prisão temporária é imprescindível para a melhor instrução do inquérito policial, para que possa elucidar a autoria e participação nos crimes de homicídio e fraude processual e, com isso, esclarecer a dinâmica dos fatos, onde posteriormente será levado ao conhecimento do Ministério Público para que, assim entendendo, ofereça a ação penal. 

“A polícia pediu ao juiz a prisão temporária do Bruno e do Ivanildo por envolvimento na ocorrência e eles serão indiciados por fraude processual. Agora não resta duvidas de que  a arma não era do garoto”, disse. 

O delegado geral adjunto da Polícia Civil Ivo Martins, destacou que Bruno e Ivanildo já foram presos mas ainda serão ouvidos. Um terceiro envolvido, que não teve o nome revelado deverá ser indiciado. O delegado ressaltou que as imagens de alta qualidade das viaturas envolvidas foram fundamentais para a elucidação do crime. 

"Os vídeo das viaturas foram fundamentais para entendermos a dinâmica mecânica dos fatos. Foi possível verificar que  a ocorrência foi atendida no primeiro momento pelos polícias Bruno e Ivanildo. A denúncia foi repassada a eles, mas foi  possível verificar que os dois policias presos  chegaram na ocorrência conjuntamente, eles chegaram todos juntos. Não se sabe o motivo do tenente ter disparado já que ele chegou em apoio”, explicou.

O delegado disse ainda, que áudios da ocorrência revelaram que um dos policias pedia de uma outra pessoa um revólver para implantar na cena do crime. "Foi possível detecta através do áudio das imagens disponibilizadas que eles falavam a todos  tempo com a terceira pessoa, que agente ja sabem quem é mas não vai revelar nesse momento,  solicitado o "cabrito", que no jargão popular conhecido é como a arma plantada. Era possível ouvir essa expressão cabrito. E ai é possível  ter certeza que arma foi implantada e que o menino não atirou”, destacou. 

O jovem foi morto com um tiro nas costas durante o atendimento de uma ocorrência pela polícia militar. Ele chegou a ser socorrido pelos policias e levado ao Serviço de Pronto-Atendimento (SPA) do São Raimundo, mas acabou morrendo. 

No dia 30 de outubro os policias Erivelto de Oliveira Hermes e Francisco Adson bezerra Rocha foram presos por envolvimento morte do adolescente. No dia 28 de outubro, o laudo residuográfico trazido pelo DPTC não encontrou presença de pólvora nas mãos do adolescente. Com o exame, a versão dos policias, de que o jovem teria atirado contra eles foi descartada.


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