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Caso Daniel: Testemunhas são ouvidas e revelam detalhes chocantes do crime

Por Portal Do Holanda

07/11/2018 13h34 — em
Policial


Foto: Reprodução/TV Globo

Quatro testemunhas que estavam na casa da família Brittes quando o jogador Daniel foi espancado prestaram depoimento na Polícia Civil de São José dos Pinhais, na região de Curitiba, nesta terça-feria (6).

Segundo o G1 Paraná, os quatro apresentam pontos em comum: todos afirmam que Edison Júnior saiu da casa por volta das 8h em busca de bebida; que ninguém ouviu gritos de socorro de Cristiana; e que não viram a porta do quarto do casal arrombada.

Uma das testemunhas disse que ouviu Edison falar que "isso é que acontece com mulher de bandido". Outra testemunha relatou que, enquanto Daniel era agredido, escutou Cristiana falar para Allana "não deixa seu pai fazer isso dentro da minha casa, você sabe como ele é".

O jogador Daniel Correia Freitas, de 24 anos, foi encontrado morto na manhã do dia 27 em um matagal, com mutilações e sinais de tortura. O empresário Edison Brittes Júnior disse que espancou e matou Daniel após ter flagrado o jogador deitado na cama com Cristiana, esposa do empresário. A família Brittes alega que Daniel teria tentado estuprar Cristiana enquanto ela dormia.

Os relatos das testemunhas são diferentes dos prestados à polícia por Cristiana e Allana, esposa e filha de Edison Júnior, respectivamente.

A primeira testemunha ouvida disse que, por volta das 8h, Edison Júnior saiu de casa para comprar mais bebida e que voltou 20 minutos depois. Disse também que não ouviu pedidos de socorro e que não notou nenhum arrombamento.

A testemunha relatou ainda que, enquanto Daniel era agredido, Cristiana e Allana não fizeram nada. Em depoimento, a testemunha também contou que tentou ligar para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas foi impedida por Edison.

"Afirma ainda que não viu presenciou alguém arrombando a porta do quarto e que não notou sinal de arrombamento neste e nem mesmo ouviu algo do tipo. Após cerca de cinco minutos a porta do quarto foi aberta e saíram pelo que viu apenas Edison, o qual arrastava pelas mãos o corpo de Daniel, vestindo camiseta e cueca, o qual foi levado até a entrada de garagem, sendo deixado no chão, sendo que ele ainda se mexia, mas não falava nada".

A testemunha falou ainda que viu o momento em que Edison saiu de dentro de casa trazendo consigo uma faca de cozinha, sem serra, com cerca de 20 centímetros, afirmando que "matariam o cara".

No dia seguinte, a testemunha afirmou que foi procurada pela família Brittes e o empresário disse que ela deveria dizer que Daniel estava bêbado e saiu da casa andando.

A segunda testemunha ouvida pela polícia, disse que não ouviu Allana ou Cristiana pedirem para que Edison parasse com as agressões a Daniel. Ela também afirmou que Edison pegou uma faca dentro de casa quando se dirigiu para o carro que levou Daniel. Ela disse que, neste momento, o jogador estava muito ferido, mas ainda respirando.

"(...) os quais então agrediram Daniel, sendo que o declarante ouviu pedidos de socorro com voz sofrida, a qual dizia: alguém me ajuda, eu não quero morrer, socorro". Relata ainda que antes da saída, ouviu Edison dizer: cadê a faca, pega a faca".

A terceira testemunha ouvida pela polícia também disse que ouviu Edison dizer que "mexeu com mulher de bandido, é isso que acontece". Em depoimento, falou que tentou intervir, mas sem sucesso. Contou que também foi chamado por Edison Júnior para que eles combinassem de contar a mesma história: que Daniel havia saído a pé da casa.

A quarta testemunha ouvida confirmou que por volta das 8h saiu para comprar mais bebidas e que não viu sinais de arrombamento na porta do quarto de Cristiana. "Edison e mais dois, os quais saíram arrastando Daniel até a área externa da casa, na calçada, onde continuaram a bater em Daniel com chutes".

"Que viu Edison segurando Daniel pelo pescoço, bem forte, com a mão esquerda, e desferindo socos com a mão direita e dizia "cara, o que você tá fazendo no meu quarto? O que você tá fazendo com a minha mulher?".

"Ouviu apenas Daniel gritar "alguém me ajuda que eu não quero morrer, socorro"".


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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