Manaus é a capital brasileira com mais casos de câncer de mama e colo
O câncer de mama e de colo do útero são os tipos de cânceres que mais matam mulheres no Amazonas. O estado é líder no número de mortes por câncer de útero e, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são ao menos 37 casos a cada 100 mil mulheres, um número considerado alarmante. Manaus é a capital com mais casos dentre todas as capitais brasileiras, por isso, este ano, para marcar o início do movimento “Outubro Rosa”, autoridades anunciaram a liberação de um novo exame que substituirá o tradicional “Papa Nicolau”, é o exame de citologia em meio líquido.
O exame promete ser mais preciso e rápido e tem o intuito de agilizar o diagnóstico da doença e o início do tratamento, mas por enquanto, faz parte de um projeto piloto que liberou apenas 3 mil exames, disponíveis apenas na Fundação Cecon desde o início deste mês, a unidade fica localizada no bairro Dom Pedro I, zona Centro-oeste da cidade.
E se os casos de câncer de colo de útero preocupam sociedade e autoridades, os de câncer de mama também chamam a atenção. O Inca estima que até o fim de 2016 deverão ser diagnosticados, cerca de 440 novos casos da doença no estado, a maioria na capital. O tumor, que atinge principalmente mulheres acima dos 40 anos, caracteriza a doença na região mamária atingindo principalmente os ductos lactíferos e os lobos (pequenos lóbulos que formam uma rede de glândulas produtoras de leite), esses tumores são denominados “carcinoma ductal ou lobular”. Cada tumor tem um tempo de desenvolvimento e intensidade diferente, ele também pode concentra-se apenas no local de origem ou espalha-se para as demais partes do corpo, o que os médicos denominam de metástase, nesse caso a doença multiplica-se rapidamente atacando agressivamente todo o organismo.
O diagnóstico é feito na maioria dos casos, através do exame de mamografia que é de fundamental importância e deve ser realizado uma vez ao ano por todas as mulheres acima dos 40 anos, como explica a Enfermeira do Hapvida Saúde, Sabrina Alapenha: “É recomendável que mulheres com 40 anos em diante realizem a mamografia anualmente. O exame radiológico dos tecidos moles das mamas permite detectar o câncer precocemente, antes que ele seja palpável ou se manifeste através de outros sinais clínicos. A detecção precoce permite que o câncer de mama seja curável em cerca de 90% dos casos”.
Sabrina afirma que a desinformação e o medo de realizar o exame ainda impede o diagnóstico precoce da doença, por isso entidades filantrópicas, hospitais e mídia em geral, têm realizado constantemente campanhas de conscientização e estímulo à realização do autoexame, onde a mulher pode apalpar a mama com o braço estendido acima da cabeça procurando algum tipo de nódulo ou alteração. Além do autoexame, a realização da mamografia não deve ser ignorada, uma vez que, é a forma mais eficaz de detectar a doença. O exame pode ser solicitado durante as consultas ao ginecologista e feito em clínicas que disponham de mamógrafos de qualidade.
Alguns nódulos demoram anos para se tornarem palpáveis, por isso, é importante estar atenta a qualquer alteração na mama, seja cor, textura da pele ou mamilo, irritação, secreção ou dor. Ao perceber algum sinal de anormalidade, deve-se imediatamente procurar um médico, ele solicitará a mamografia e exames complementares que apresentem um diagnóstico exato do problema, quanto antes a doença for detectada, mais rápido inicia-se o tratamento, como afirma a enfermeira do Hapvida:
“O câncer de mama identificado em estágio inicial, quando as lesões são menores de dois centímetros de diâmetro, apresenta prognóstico mais favorável e elevado percentual de cura. As estratégias para a detecção precoce são o diagnóstico precoce (abordagem de pessoas com sinais e/ou sintomas da doença) e o rastreamento (aplicação de teste ou exame) em mulheres assintomáticas, aparentemente saudáveis, com o objetivo de identificar lesões sugestivas de câncer e encaminhar as mulheres com resultados alterados para investigação e tratamento”.
Uma vez detectado o câncer de mama, o médico solicitará uma biópsia que identificará o estágio da doença e a melhor forma de combatê-la. Os tratamentos podem ser feitos a partir de quimioterapia, radioterapia ou ainda de cirurgia, onde o especialista avalia a necessidade de retirar ou não toda a mama, processo conhecido como mastectomia. A mulher deve estar atenta a qualquer sinal de mudança na mama e procurar um médico assim que perceber algo fora do comum.
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