Segurança que matou cliente no supermercado Extra vai responder por homicídio doloso
Os investigadores da Divisão de Homicídios concluíram que o segurança Davi Amâncio, que deu uma "gravata" em um rapaz dentro de um supermercado Extra na Barra da Tijuca, assumiu o risco de matar e agora vai responder por homicídio com dolo eventual.
Segundo o G1 Rio de Janeiro, a polícia informou que mesmo tendo sido alertado 11 vezes sobre o estado da vítima, o vigilante se excedeu.
“Foi constatado que a ação de imobilização da vítima durou cerca de sete minutos e que o Davi ficou pressionando o pescoço da vítima. Também foi possível verificar que nesses sete minutos, em um vídeo de um minuto e meio, o Davi foi alertado 11 vezes por várias pessoas de que ele já estava roxo, desmaiado e que ele não oferecia nenhuma resistência”, disse a delegada Cristiane Carvalho de Almeida.
O inquérito de quase 500 páginas está sendo encaminhado à Justiça nesta sexta-feira (15). A polícia fez um passo a passo desde o momento em que Pedro Henrique e a mãe chegam ao supermercado até o jovem ser morto pelo segurança.
Novas imagens de câmeras de segurança mostram Pedro Henrique Gonzaga e a mãe entrando no supermercado. O rapaz anda normalmente e, em seguida, aparece indo em direção ao segurança Davi Amâncio, segundo a mãe, para pedir ajudar. Pedro Henrique cai duas vezes no chão antes de ser imobilizado pelo vigilante.
Segundo a polícia, as imagens mostram que no início da imobilização o vigilante Edmilson Félix pega a arma do segurança Davi, e que portanto a vítima não oferecia nenhum risco.
“Quando o Davi inicia a imobilização a arma de fogo do Davi já estava em poder de outro segurança. A vítima já não oferecia perigo”, explica a delegada.
A pena de Davi Amâncio por homicídio com dolo eventual pode chegar a 30 anos de prisão. O segurança Edmilson Pereira, que viu o estrangulamento, também vai responder por homicídio porque não fez nada para impedir a morte de Pedro.
“Ficou o tempo todo ao lado de Davi, fazendo a segurança daquela situação e inclusive foi ele que no final amarrou os pés da vítima e deu um ‘ok’ para o Davi sair de cima”, completou Cristiane.
Depois da asfixia só quem se aproxima da vítima é a mãe e um funcionário para tentar prestar os primeiros socorros. Com ajuda dos bombeiros, o inquérito concluir que Pedro Henrique já saiu do supermercado extra morto.
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