Romário passa de testemunha a autor em processo sobre atropelamento
RIO — O senador e candidato ao governo do estado do Rio Romário (Podemos), que era testemunha de um acidente de trânsito em dezembro do ano passado, no qual um motociclista foi atingido, passou a ser considerado autor do crime pelo Ministério Público estadual do Rio.
Após o acidente, na 16ª DP (Barra da Tijuca), Marcelo Antônio Soares Wagner, um amigo de Romário, havia afirmado que estava dirigindo o Porsche Macan Turbo. Na ocasião, Wagner foi autuado pelo crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.
No entanto, uma testemunha esteve na delegacia e afirmou que o senador é que estava na direção do veículo no momento do acidente. A mulher, que presenciou a colisão, relatou ainda que o ex-jogador estava sozinho no carro. Além do depoimento, o MP tem indícios de que Marcelo não estava no local do acidente na hora da batida, em razão do cruzamento de dados das antenas das operadoras de telefonia.
Romário responderá por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor e também pelo crime de fraude processual, ambos previstos no Código de Trânsito Brasileiro. Marcelo também responderá pelo segundo delito.
Questionado sobre o atropelamento do motociclista nesta sexta-feira, no RJTV primeira edição, na TV Globo, Romário respondeu:
— Desculpa, mas isso aí é mais uma fofoca em relação ao meu nome, eu não apareço nem no inquérito desse acidente.
A apresentadora Mariana Gross insistiu no tema, lembrando que a próxima audiência do caso está marcada para o dia 20 de setembro, o que foi confirmado pelo candidato, arrolado como autor, condição que ele contesta:
— Se eu sou alguma coisa nesse acidente, eu sou no máximo testemunha. A audiência é dia 20 de setembro, onde os meus advogados estão entrando para perguntar exatamente por que eu apareço ali como autor desse acidente.
Na última quarta-feira, o senador e o amigo não compareceram à primeira audiência do caso, no 9º Juizado Especial Criminal da Barra da Tijuca. A Justiça não conseguiu intimar ambos. Uma nova sessão foi marcada para a próxima quarta-feira. Por se tratar de crimes de menor potencial ofensivo, que têm pena máxima de até 2 anos de prisão, Romário e Marcelo terão direito a fazer uma transação penal, acordo entre o MP e os autores para cumprimento de pena alternativa, como pagamento de cestas básicas.
O Porsche envolvido no acidente estava no nome da irmã de Romário, Zoraidi de Souza Faria. O acidente aconteceu no dia 16 de dezembro do ano passado, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O motociclista Ernesto Gil da Silva ficou ferido na colisão e passou mais de 30 dias internado.
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