Manaus/AM - A procuradora-geral de Justiça do Amazonas, Leda Mara, explicou nesta quinta-feira (26) quais os indícios que levaram a deflagração da operação “Patrinus” do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), em Coari, que apura desvios de R$ 100 milhões por meio de fraudes em licitações. De acordo com a procuradora, os empresários eram apadrinhados da Prefeitura de Coari sendo favorecidos em processos de licitação no município. 

"As fraudes ocorreram em vários contratos, com diversos empresários envolvidos no esquema de corrupção que eram beneficiados por meio de apadrinhamentos nos processos de licitação irregulares e favorecimentos. Leda Mara afirmou ainda que algumas empresas investigadas apoiaram a campanha do prefeito Adail Filho, nas eleições de 2016. 

De acordo com as investigações iniciadas há 18 meses em Coari, os desvios foram constatados através da existência de sobrepreços, com as mesmas empresas favorecidas nas licitações e supostos ajustes para fraudar o caráter competitivo das licitações. 

A procuradora também explicou como se chegou ao suposto valor de R$ 100 milhões desviados. "Nós fizemos um levantamento por alto. Claro que vamos ter um aprofundamento nas investigações. Pode ser que esse número possa aumentar ou reduzir. Nós fizemos um levantamento nos contratos e chegamos a esse montante de supostamente R$ 100 milhões’, informou Mara.

Mandados de prisão

Durante a operação desta quinta-feira, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Manaus e em Coari. A justiça também expediu quatro mandados de prisão preventiva, cumpridos contra o prefeito Adail Filho, o empresário Alexsuel Rodrigues, o sargento da PM Fernando Lima e do presidente da Câmara Municipal de Coari, Keiton Batista. 

Alexsuel é sócio-proprietário do Supermercado Rodrigues. O MP apura irregularidade na doação de terreno da prefeitura para a instalação da empresa no município e também contratos irregulares. Quanto ao presidente da Câmara Municipal, vereador Keiton Batista, as investigações apuram pagamentos de mensalinhos aos parlamentares e participação nas fraudes. 

O sargente da PM, Fernando Lima, atuava como assessor de Adail. Na casa dele foram encontrados grande quantia de dinheiro. 

Adail Filho se apresentou na sede do MP e assim como os outros presos deve passar por exame de corpo de delito e depois encaminhado para uma unidade prisional da capital. Ainda não há informação para onde eles serão levados. 

O MP solicitou da Justiça cinco mandados de prisão preventiva e um foi negado, que era do representante do município de Coari que atua em Manaus. 

Participação da deputada Mayara Pinheiro

A deputada Mayara Pinheiro também foi alvo da operação “Patrinus”. Em sua residência foram cumpridos mandados de busca e apreensão. Segundo o MP, Mayara é investigada pelo período em que atuou como vice-prefeita de Coari.