Com o objetivo de difundir para a população amazonense os estudos realizados pelos pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) durante mais de duas décadas sobre os botos, o shopping Manaus ViaNorte está com uma exposição dos trabalhos produzidos pela instituição, até o fim de março.

A exposição faz parte da programação do “Mês dos Animais” do shopping, que no último final de semana teve uma feira para adoção de cães e gatos. A amostra acontece no segundo piso do centro de compras, das 10h às 22h, onde o público pode conhecer melhor  as três espécies de boto, incluindo o recentemente descoberto boto do Araguaia, o tucuxi.

“Há duas décadas o INPA tem estudado uma população de botos e tucuxis na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Todo ano, durante um período de captura, coletamos dados sobre tamanho, peso, bioacústica, genéticos, dentre outros. Por meio da educação ambiental, difundimos esse conhecimento para a população em geral”, explica a coordenadora de Tecnologia Social do INPA, Denise Machado Gutierrez.

Ainda segundo a coordenadora do INPA, a exposição também apresenta o trabalho feito na comunidade São Thomé, no município de Iranduba, as atividades de educação ambiental, ecoturismo, e, juntamente com o Instituto Anahata, a promoção da inclusão social através da Bototerapia.

O público que for a exposição poderá ver imagens de botos vermelhos em igarapés e igapós e a ação predadora de pescadores, que usam os mamíferos aquáticos como isca para a pesca do piracatinga. Recentemente, esse tipo de pesca foi suspenso até a conclusão de estudos sobre os efeitos para na saúde do consumidor e os impactos sobre as populações de botos.

 Em outras fotos também podem ser vistas uma mãe ensinando seu filhote a respirar, de acordo com os estudos, único relacionamento estável mantido por um período maior de tempo entre as mães e seus filhotes. Os botos vermelhos ou cor de rosa, como também ficaram mais conhecidos depois da passagem do oceanógrafo Jaques Cousteau pela Amazônia, que popularizou esse nome. Assim como os morcegos, os botos se orientam por ecolocalização.

 “Tentamos mostrar nessa exposição que o boto vale mais vivo do que morto ajudando a promover interações positivas entre o seres humanos e os botos-vermelhos. Melhorando a renda de comunidades locais com atividades de ecoturismo, assim como inclusão social, em parceria com o Instituto Anahata que promove a “Bototerapia” com crianças e adolescentes”, informa a coordenadora do INPA, Denize Duran.