Romance sobre memórias e Alzheimer será lançado quinta na livraria Valer Teatro

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Manaus/AM - O escritor João Pinto, de 73 anos, lança seu quinto livro, 'As pedras doentes da rua do fio' (Valer), um romance que entrelaça memórias e identidade em um enredo que percorre duas paisagens: a nordestina e a amazônica. A obra, que traz o Alzheimer como uma de suas temáticas centrais, reflete a experiência familiar do autor com a doença.
O lançamento do livro acontece no dia 13 de março, às 17h30, no Salão de eventos da Valer Teatro Café e Livraria, localizada no Largo de São Sebastião, ao lado do Teatro Amazonas.
Para Neiza Teixeira, coordenadora editorial da Valer, o livro é importante porque o escritor já é conhecido por um bom público, fazendo parte dos escritores do catálogo da Editora Valer e aborda, de uma forma original, uma doença que nos desafia e que nos mostra a fragilidade e o desconhecimento que temos do nosso cérebro. "Além disso, o autor tenta se transportar para o mundo dos sofredores da doença, criando uma narrativa complexa, fluente e que nos deixa pensativos por um bom tempo. O livro é um dos vencedores do Prêmio Frauta de Barro, idealizado pela editora Valer", ressaltou Neiza.
João Pinto é autor de outros quatro livros de contos: 'Luzes Esvaidas' (Pi, Projeto Petrônio Portela), 'O Ditador da Terra do Sol' e 'Contos de uma Aula no Vermelho', ambos lançados pela editora Valer.
Sobre a obra
O romance acompanha a trajetória de João Viviam, um personagem que tem sua origem na paisagem nordestina e, ao migrar para a Amazônia, atua como professor. A narrativa fragmentada permite ao leitor fazer suas próprias descobertas ao longo da história.
O enredo apresenta uma busca por um baú contendo uma relíquia familiar, que pode ser interpretado como uma metáfora sobre a memória e o esquecimento, tema central do livro. Além disso, a trama sugere que os personagens em diferentes paisagens podem ser faces de uma mesma moeda.
"Isso acontece porque o romance não é completamente aberto. Ele tem chaves e sugestões para que o leitor se encontre livremente na leitura", explica João Pinto.
Temas e reflexões
A obra também aborda questões sociais como preconceito e abuso de poder. Entre os episódios, destaca-se a trajetória de um jornalista que se casa com uma prostituta e forma uma família, assim como a história de um professor que sequestra uma aluna e foge para Manaus.
A relação entre professores e alunos é analisada sob uma ótica crítica, remetendo à hierarquia presente na sociedade desde o período colonial. "O professor, no papel de senhor, ocupa a casa grande, enquanto os alunos, submissos, permanecem nos seus lugares, como escravos de um sistema rígido", observa o autor, citando 'Casa-Grande & Senzala', de Gilberto Freyre.
Sobre o autor
João Pinto é contista do Piauí, nasceu em 1951, em Luzilândia, vive no Amazonas desde 1979, e sempre foi professor na Rede Estadual de Ensino, dando aula de Língua Portuguesa e Literatura, formou-se em Letras pela Universidade da Paraíba. É em João Pessoa, na década de 70, que se lança como contista no suplemento literário Correio das Artes. Em trinta anos com a arte de fazer contos, já lançou três livros 'Luzes Esvaídas' (pelo projeto Petrônio Portela, Teresina, PI), 'O ditador da terra do sol' (Editora Valer, Projeto Valores da Terra) e 'Contos de uma aula no vermelho' (livraria Valer, com pré-lançamento na Escola Senador João Bosco, Cidade Nova, em 2010). Na década de 90, venceu o concurso de contos do Curso de Letras e Língua Portuguesa da Universidade do Amazonas.

ASSUNTOS: Agenda Cultural