Amaro Freitas Trio faz show no Teatro Amazonas pela primeira vez
Manaus/AM - A cultura de Pernambuco transborda naturalmente no estilo de Amaro Freitas, pianista e compositor que, aos 28 anos, é uma das grandes revelações do jazz brasileiro recente e que estará pela primeira vez em Manaus com a turnê nacional de seu mais recente disco, “Rasif”. Com patrocínio da Petrobras e Ministério da Cidadania, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o projeto de circulação também incluirá, ao longo deste primeiro semestre, as cidades de Curitiba e Aracaju. Na capital amazonense, a apresentação acontece no dia 10 de março (terça-feira), às 20h, no Teatro Amazonas, com entrada franca.
Influenciado pelo mestre do frevo Capiba, por Moacir Santos, Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti, mas também pelas grandes referências do piano jazz, como Thelonious Monk, Keith Jarrett ou Chick Corea, Amaro Freitas, para além do sempre predominante samba jazz, volta-se para a cultura nordestina e traduz frevo, baião, maracatu, ciranda e maxixe para a linguagem do jazz.
Com o seu disco de estreia, “Sangue Negro”, lançado em 2016, conquistou de imediato a crítica, que nele encontrou uma nova vida para o gênero no Brasil, e o Prêmio MIMO Instrumental daquele ano. O álbum mais recente, “Rasif”, de 2018, confirmou o virtuosismo e a inventividade de seu trabalho.
Contratado pelo selo londrino Far Out, o pianista já se apresentou em importantes clubes de jazz e festivais, dentre eles: Bari in Jazz e Grado Jazz (Itália), Unterfahrt Jazz Club (Munique), Casa da Música (Porto) e nas respeitadas Ronnie Scott’s (Londres) e Dizzy’s Jazz Club (Nova Iorque). Nesta trajetória, arrebatou também a crítica internacional em importantes mídias especializadas, como Jazzwise, All About Jazz, BBC Rádio e na mais prestigiada revista de jazz do mundo, Downbeat.
O show
Para realizar este cruzamento de elementos da cultura popular afro-brasileira com o jazz, formando uma única espiral sonora, Amaro Freitas é acompanhado de Jean Elton (baixo acústico) e Hugo Medeiros (bateria). O trio convida a desbravar novas rotas e experimentar a capacidade percussiva do piano, em complexos padrões matemáticos, ritmos imprevisíveis e hipnóticos.
No primeiro momento do concerto, são apresentados temas como “Coisa nº 4”, de Moacir Santos – única música não autoral do repertório –, “Dona Eni”, “Samba de César” e “Trupé”. Na sequência, os músicos contrastam temas frenéticos, com “Aurora” e “Rasif”, ambos evocando momentos de plenitude. Na segunda parte, Amaro introduz uma performance solo e, na sequência, passeia pelo frevo “Encruzilhada”, além de “Vitrais” e “Mantra”. Para o público, a experiência é de um fluxo musical sem fronteiras que conecta com naturalidade o folclore do Nordeste brasileiro à vanguarda de nomes como Vijay Iyer, Craig Taborn, Thelonious Monk e dos conterrâneos Moacir Santos e Hermeto Pascoal.
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