Nova espécie rara de lagarto é achada em floresta remota
Uma nova espécie de lagarto, considerada rara, foi descoberta por pesquisadores do Amapá e Pará. O animal, nomeado de Bachia remota, foi encontrado em um lugar de difícil acesso na floresta Amazônia, numa área localizada dentro do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, ao Oeste do Amapá.
De acordo com o pesquisador amapaense Jucivaldo Lima, a pesquisa precisou investigar apenas um exemplar do réptil, que foi suficiente para identificar as diferenças entre as espécies já descobertas.
“É um bicho bem diferente. Geralmente os animais do grupo dele têm mãos pequenas, membros reduzidos, que conseguem viver por debaixo da mata, chamados de semi-fossorial. Identificamos que esse tem dedinhos mais funcionais que os outros da espécie dele e tem uma escama diferente”, descreveu Lima.
O pesquisador contou que a espécie foi localizada durante uma expedição realizada por acadêmicos até o Tumucumaque, com o apoio do helicóptero do Exército Brasileiro para acesso ao local remoto. O réptil foi encontrado apenas dentro do parque, localizado na região Oeste do estado, no município de Laranjal do Jari, a 265 quilômetros de Macapá.
A viagem chegou a ser documentada à época pelo programa Globo Repórter, da Rede Globo, em 2005. Jucivaldo contou que não voltou mais à região porque é um lugar difícil de chegar.
“A gente já suspeitava que fosse uma espécie nova. Deixamos o animal meio que de ‘stand by’, porque era o único exemplar que coletamos. Em 2014, um pesquisador especialista em lagartos fez uma amostragem de espécies pela Amazônia e começamos a iniciar a descrição do bicho”, comentou Lima.
A pesquisa também envolveu os pesquisadores Marco Ribeiro Júnior e Marcélia da Silva, do Museu Paraense Emílio Goeldi. O estudo sobre a nova espécie foi reconhecido após a publicação na revista Herpetologica, em maio deste ano, especializada em répteis.
Uma nova espécie de perereca também foi descoberta no Amapá recentemente. O estudo iniciou em 2011 e o animal foi reconhecido em março, como Hypsiboas diabolicus, estudado pelo pesquisador amapaense em parceria com estudiosos da Guiana Francesa.
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