Adolescente que morreu de Covid-19 fez tratamento com cloroquina
A adolescente Kamilly Ribeiro, de 17 anos, que morreu na última terça-feira no Hospital Moacyr do Carmo, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, foi tratada com cloroquina, informou a Secretaria municipal de Saúde do município. Ela é a mais jovem vítima da Covid-19 no Rio de Janeiro, e não tinha nenhuma doença pré-existente.
"Minha filha era uma princesa que servia a Deus. Durante o tempo em que eu estive no Hospital Geral de Nova Iguaçu, cuidando do avô dela, ela cuidou do irmão menor. Era uma menina muito obediente, que cantava na igreja. Queria ser médica e missionária para ajudar na obra de Deus", lembra a mãe, a dona de casa Germaine Ribeiro, de 43 anos, que também foi diagnosticada com coronavírus.
A estudante foi transferida para um leito de CTI no dia 24 de março, e morreu 20 dias depois. Kamilly recebeu o resultado positivo de coronavírus no dia 2 de abril. Segundo a Secretaria municipal, a cloroquina foi usada "conforme indica o protocolo do Ministério da Saúde".
Germaine conta que chegou a dividir o mesmo espaço que a filha no hospital, antes da situação se agravar, e confirmou o uso da cloroquina: "Ela ficava em uma cama e eu em outra. Lembro que ela chegou a sentir falta de ar e pediu para trocar de cama comigo. Também fizemos uso de oxigênio. No dia 24, Kamilly passou mal e vomitou. Gritei e chamei os médicos, aí ela foi levada para outro leito e entubada", disse ao jornal Extra.
Antes de perder a filha para o coronavírus, dona Germaine perdeu o pai, Edmar Ribeiro, de 71 anos, vítima de um AVC, no dia 2 de abril. Por estar internada com a doença, ela não pode sequer se despedir do pai. Depois de deixar o hospital, ela precisou ficar isolada em casa, em quarentena, e não pode acompanhar os sepultamentos do pai e da filha.
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