Amom Mandel diz que está sendo coagido e teve arma apontada para cabeça em abordagem da Rocam em Manaus
Manaus/AM - Em uma denúncia à Polícia Federal, o deputado federal Amom Mandel Lins Filho afirmou que sofreu coação da Polícia Militar do Amazonas durante uma abordagem, na noite de quinta-feira (4), na zona leste de Manaus.
Na denúncia, o parlamentar afirma que o Estado não tem capacidade de garantir e resguardar sua integridade física e procurou a PF para pedir proteção. Segundo o Boletim de Ocorrência, Amom relatou que a abordagem dos policiais da Rocam foi realizada de forma truculenta, com "armas de fogo apontadas" para ele, sua namorada e uma amiga.
O parlamentar atribuiu a atitude dos militares a uma denúncia que fez na Polícia Federal, em dezembro de 2023, sobre envolvimento de integrantes da alta cúpula da Secretaria de Segurança Pública com o tráfico de drogas. O documento cita autoridades municipais e estaduais.
Amon alegou que este relatório a qual teve acesso é da Secretaria Adjunta de Inteligência do Governo do Amazonas (SEAI). O deputado disse que no mesmo período em que teve acesso às informações, sites de notícias divulgaram que o irmão de um narcotraficante trabalhava na SSP.
Conforme o B.O, o deputado afirmou que "nos dias que se seguiram após o encaminhamento do relatório à PF, uma série de episódios de intimidação se sucederam", entre elas, ameaças.
Amom relatou que no dia da abordagem os policiais alegaram que uma lanterna do carro estava queimada e por isso havia sido parado. O deputado questionou os militares sobre o motivo do tratamento truculento, mas os policiais "retrucaram, ironizaram e perguntaram" se ele queria falar com o Comandante Geral da Polícia Militar.
O parlamentar também relatou que um oficial da guarnição, por volta das 22h30, realizou uma ligação telefônica diretamente para os oficiais do alto comando da PMAM. Segundo Amom, não é comum que um oficial da PM em patrulhamento "tenha acesso fácil, rápido e direto à Alta Cúpula da SSP/AM", e que a atitude o levou a acionar o Secretário de Segurança Pública para pedir providências imediatas.
O caso foi parar no 14ºDIP, onde foi registrado. Segundo Amom, o secretário de Segurança, Marcos Vinicius de Almeida, tentou dissuadi-lo das denúncias na Polícia Federal e da coletiva de imprensa.
Na denúncia, Amom afirma que gravou as ligações como forma de se defender e provar suas alegações. O deputado já acionou o ministro da Justiça, o diretor-geral da Polícia Federal e o presidente da Câmara dos Deputados, para pedir proteção, pois não confia na Polícia do Amazonas.
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