Aterro de Manaus gera 40 mil toneladas de crédito de carbono
Manaus/AM - Um serviço mantido pela Prefeitura de Manaus, desde 2008, essencial para o meio ambiente, mas pouco notado pela população da cidade, a queima limpa de gases de efeito estufa, feita no Aterro Sanitário, elimina 40 mil toneladas biogás (metano CH4 e CO2) por mês, gerando créditos de carbono ao Município.
A geração de créditos de carbono é uma das ‘moedas universais’, instituídas pelo Protocolo de Kyoto, implantado em 1997, que estabeleceu ao mundo metas de redução de emissão de gases na atmosfera. A partir daí, cada tonelada de CO2 não emitida ou retirada da atmosfera por um país em desenvolvimento pode ser negociada no mercado mundial.
Essa iniciativa levou a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) a se certificar no tratamento de gases para a geração de créditos de carbono por meio da queima limpa de gases no Aterro Sanitário, localizado no KM 19 da rodovia AM-010.
“Alguns países pagam pelo crédito de carbono gerado por cidades que se propõem a reduzir a emissão de gases. Nesse caso, o Aterro Sanitário efetua a queima limpa do metano e CO2, originados da gestão do lixo, para gerar os créditos”, explicou Lucas Costa, engenheiro ambiental responsável pela Usina de Biogás do Aterro Sanitário.
Longe da capacidade máxima, a usina de biogás já é um projeto vitorioso, mas, nos próximos anos, pretende elevar o volume de carbono eliminado com a queima limpa. Atualmente, os queimadores ou ‘flares’ processam 6.500 m3 por hora.
“Estudos feitos dentro do projeto mantido pela prefeitura apontam que usamos entre 30% a 40% do volume gerado pelo Aterro, por conta dos limites da rede já existente. Por isso, queremos ampliar essa rede em 2017”, revelou Paulo Farias, secretário da Semulsp e responsável pela implantação do projeto em 2008.
O projeto de queima limpa de gases do Aterro de Manaus é um dos poucos na Região Norte, que conta apenas com mais um modelo localizado em Belém (PA). “É um trabalho muito sério e que coloca Manaus dentro das perspectivas positivas de busca pela sustentabilidade”, reforçou Paulo Farias.
Para ampliar a quantidade de gases eliminados, a Semulsp tem a expectativa de receber equipamentos de uma usina fechada em Belém (PA). Com isso, o Aterro Sanitário de Manaus poderia eliminar, em média, 55 mil toneladas de carbono. “Ampliar a rede é uma tarefa difícil, pois requer uma escavação cuidadosa e a implantação de nova tubulação. Por isso, já estamos realizando estudos pela equipe assentada no Aterro”, disse João Gomes, encarregado de campo da Usina.
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