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Desembargadora é suspeita de vender alvará de soltura para traficantes em Manaus

Por Portal Do Holanda

09/06/2016 7h43 — em
Amazonas



Manaus/Am - Um dos alvos da segunda fase da Operação La Muralla é a desembargadora Encarnação Salgado.

Segundo a denúncia, Encarnação é suspeita de vender alvará de soltura para traficantes de Manaus.

A Polícia Federal cumpri mandados de busca e apreensão no gabinete de Salgado, do juiz da Vara de Execuções Penais, Luís Carlos Valois, e em casas e escritórios de quatros advogados ligados a ações que tramitam no tribunal envolvendo traficantes de drogas.

O prédio do Tribunal de Justiça do Amazonas e o edifício Desembargador Arnoldo Peres, no Fórum Ministro Henoch Reis está interditado a partir do sexto andar, onde ficam os gabinetes da desembargadora e de Valois, respectivamente.

 

OPERAÇÃO LA MURALHA

A Operação “La Muralla” da Polícia Federal vem desarticulando uma organização criminosa transnacional que atuava principalmente no tráfico internacional de drogas, operando ainda no Tráfico de Armas, Lavagem de Dinheiro, Evasão de Divisas, Roubo, Homicídios, Sequestro, Tortura e Corrupção de agentes públicos. As ações que levaram a várias prisões no final de 2015 transcorrem nas cidades de Manaus/AM, Tonantins/AM, Tabatinga/AM, Crateús/CE, Caucária/CE, Fortaleza/CE, Natal/RN, Boa Vista/RR e Rio de Janeiro/RJ. Por meio de cooperação internacional, pela Difusão Vermelha da INTERPOL, também serão efetuadas prisões no Peru, Colômbia, Venezuela e Bolívia.

Em ação coordenada, cerca de 400 Policiais Federais, 300 Policiais Militares do Batalhão de Choque e do Grupo Fera da Polícia Civil do Estado do Amazonas cumpriram 127 mandados de prisão preventiva, 67 mandados de busca e apreensão, 7 buscas em presídios estaduais, 68 medidas de sequestro de bens, além do bloqueio de ativos registrados em 173 CPF/CNPJ ligados a integrantes da organização criminosa, todos determinados pela Justiça Federal no Amazonas. Dentre os alvos, 17 foram transferidos para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) em penitenciárias federais. Por praticaram atos ilícitos no interesse da organização criminosa, também foram presos sete advogados e um vereador da cidade de Tonantins/AM.

A investigação teve início em abril de 2014 com a apreensão de R$ 200 mil, em espécie, pela Polícia Federal no Amazonas. Na ocasião, durante ação no Rio Solimões, uma lancha de propriedade do grupo foi apreendida com o dinheiro ocultado no interior de um aparelho de ar condicionado. Apurou-se que a carga tinha como destino fornecedores de drogas que atuam na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. Durante as investigações a Polícia Federal conseguiu revelar como se estruturava uma facção criminosa que domina o sistema prisional do Estado do Amazonas (auto intitulada Família do Norte – FDN), que se organizava de forma similar às facções criminosas que dominam os sistemas prisionais nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Com uma estrutura extremamente hierarquizada, a organização planejava controlar as ações do grupo de dentro dos presídios do Amazonas, almejando o domínio absoluto do sistema prisional e o monopólio do tráfico de drogas no estado. A organização buscava executar um verdadeiro sistema empresarial do crime, sempre com o objetivo de auferir lucros. Estima-se que nos últimos anos a organização tenha sido capaz de incorporar em suas “fileiras” milhares de pessoas, em um sistema de divisão funcional de atividades, inclusive com núcleo jurídico próprio (advogados integrados às atividades criminosas do grupo).

A FDN se utilizava de meios tecnológicos avançados para a realização de “negócios” com outras organizações criminosas, nacionais e internacionais, e ainda nos contatos com políticos e membros do poder público. Pretendia até indicar e financiar a candidatura de alguns de seus integrantes para a disputa de cargos políticos nas próximas Eleições.

Com extrema violência, a FDN tentava consolidar um estado paralelo na Região Norte do país, com leis próprias, definidas por meio de seu “estatuto”, no qual suas lideranças ditavam sentenças diárias, muitas de dentro do sistema penitenciário, onde foi instituído um verdadeiro Tribunal do Crime. A facção criminosa estipulava os crimes que poderiam ser praticados, especialmente sobre quem deveria viver ou morrer. Os dados obtidos durante as investigações permitem responsabilizar o grupo por dezenas das mortes violentas ocorridas nos últimos meses em Manaus, incluindo alguns homicídios cometidos no período que ficou nacionalmente conhecido como “Fim de Semana Sangrento”, quando 38 pessoas foram assassinadas na capital amazonense em apenas três dias.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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