A Âmbar Energia, do conglomerado J&F, pertencente aos irmãos Joesley e Wesley Batista, apresentou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) um plano estratégico para assumir o controle da Amazonas Energia. Representantes da Âmbar afirmam que a apresentação do plano à Aneel não significa uma operação de compra imediata, mas sim uma análise que, se aprovada, permitirá a transferência de controle da empresa.

Quatro dias antes de o governo alterar as regras do mercado local por meio de uma medida provisória (MP), a Âmbar comprou um conjunto de termelétricas da Eletrobras. A MP transfere os custos das termelétricas locais para todos os consumidores de energia do país e flexibiliza as obrigações contratuais da Amazonas Energia, facilitando a transferência de controle da empresa.

A Amazonas Energia, responsável por pagar a energia das termelétricas, enfrenta dificuldades financeiras e tem dívidas significativas com a Eletrobras. A MP transforma esses custos em energia de reserva, repassando-os aos consumidores do Sistema Interligado Nacional. O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Aneel já haviam concluído que a concessão seria insustentável sem medidas legislativas, tornando essas ações necessárias para garantir a viabilidade da empresa.

A MP foi vista como necessária para evitar um colapso no fornecimento de energia no Amazonas, mas ao mesmo tempo permite que os contratos de compra de energia térmica sejam pagos pelos consumidores do Sistema Interligado Nacional. 

O ministro Alexandre Silveira declarou que a MP não aumentará a conta de luz dos consumidores e que a publicação da medida logo após o investimento do grupo J&F nas usinas do estado foi uma coincidência. "Nenhum centavo será repassado ao consumidor brasileiro, o que está sendo feito é o contrário disso", disse Silveira em entrevista à GloboNews na manhã desta sexta-feira, 12.