Estudo britânico estima que 10% dos amazonenses já estão infectados com coronavírus
Manaus/AM - A universidade Imperial College, em Londres, divulgou um estudo na sexta-feira (8) acerca do Brasil, epicentro da Covid-19 na América Latina, que estima a porcentagem de infectados nos estados mais atingidos pelo coronavírus, uma vez que as próprias autoridades locais admitem que há uma grande subnotificação por falta de testes. A pesquisa calcula que os números de infectados sejam assustadoramente maiores do que os relatados diariamente através das autoridades brasileiras em Saúde.
Conforme os pesquisadores, pelo menos 10% dos amazonenses já estariam infectados com Covid-19. Com base nos mais de 4,1 milhões de habitantes computados pelo IBGE em 2019, e com os 10% estimados pela Imperial College, o Amazonas teria mais de 410 mil infectados.
O boletim divulgado pela FVS-AM na sexta-feira registrou 10.727 infectados e 874 mortes. Registros de óbitos diários nos cartórios, no entanto, apontam o alto número de mortes sem causa definida ou por síndrome respiratória aguda grave.
O infectologista Átila Iamarino repercutiu a pesquisa via redes sociais e levantou a possibilidade da doença ter entrado no Estado antes do notificado, mais especificamente através da Zona Franca de Manaus. Oficialmente, o primeiro caso foi confirmado no dia 13 de março, de uma mulher que voltou de viagem de Londres: "Amazonas ter 10% de pessoas infectadas explicaria o que estamos vendo de mortes e mortes subestimadas. Para estarem nesse número, ou a transmissão foi absurda (difícil dada a demografia) ou o vírus entrou mais cedo, talvez via Zona Franca, o que acho mais provável.", disse Átila.
"Os números do Amazonas e a presença do vírus em tribos e garimpo em uma região onde o deslocamento é tão lento me fazem acreditar que o vírus entrou bem antes lá. E a Zona Franca de Manaus é um ponto de entrada perfeito.", completou.
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