Exclusivo: Idoso arrastado em capô de carro revela detalhes chocantes sobre atropelamento
Manaus/AM - Raimundo Lemos, o idoso de 65 anos que ficou pendurado no capô de um carro enquanto era arrastado por várias ruas de Manaus por um jovem, que não teve o nome divulgado, falou pela primeira vez sobre o acidente.
Em entrevista exclusiva à repórter Édila Chaves, do Portal do Holanda, Raimundo contou como tudo aconteceu e revelou as dificuldades que vem enfrentando desde o atropelamento.
O idoso, que trabalhava como motorista de aplicativo, relatou que no dia do acidente, no dia 21 de outubro, estava acompanhado da esposa e tinha ido comprar melancia para a neta. No caminho de volta, foi surpreendido com uma colisão e com a atitude inesperada do motorista do outro carro envolvido.
“Fui à Feira da banana comprar uma melancia e na volta, na Getúlio Vargas, quando no cruzamento com a Dr. Machado, o rapaz foi fazer um retorno e bateu no meu carro, na verdade o carro de uma locadora que eu alugava para fazer Uber para complementar minha renda. Ele fugiu e não parou para conversar comigo”.
O idoso disse que seguiu o homem para conversar sobre os prejuízos, mas ele se recusou a conversar. Raimundo disse então que chamaria a polícia e foi passar andando na frente do carro do acusado, momento em que foi atropelado por ele.
“Fui passar na frente do carro dele e ele arrancou para cima de mim. Para não ser atropelado, eu pulei para cima do capô do carro dele e ele saiu me levando e fazendo zigue-zague para eu cair. Ele ligava o limpador de parabrisas, que era onde eu me segurava para não cair. Machucou meus braços, na hora que ele arrancou para cima de mim machucou meus pés e meus joelhos”.
A partir daí, Raimundo foi arrastado por várias ruas e avenidas e o condutor do carro só parou quando tentou passar por dentro de um posto de combustíveis e foi cercado por um grupo de motociclistas que tentou ajudar a vítima.
“Se eu caísse, com a minha idade eu acho que não teria sobrevivido (...) Eu não sei até que horas eu ia aguentar, quando eu vi as imagens, eu não sei nem como aguentei”, afirmou Raimundo em lágrimas.
A esposa de Raimundo havia ficado no lugar do acidente e sem saber o que tinha acontecido com o idoso, chegou a ligar para o filho desesperada acreditando que o marido tinha caído do capô no meio do caminho e havia morrido.
O caso foi parar na delegacia, mas o acusado nunca ressarciu o idoso pelos prejuízos materiais, físicos e emocionais. Desde então, Raimundo não pode mais trabalhar porque o carro ficou destruído, e com isso, tem enfrentado dificuldades financeiras. Ele mora de aluguel com a esposa e tem sobrevivido apenas da aposentadoria.
O filho dele também foi prejudicado porque ambos dividiam o carro e trabalhavam como motorista de app. A família está sendo acompanhada pela advogada Raíssa Rodrigues, mas o processo ainda está em andamento e pode demorar para ter um desfecho.
“Infelizmente não era só o Sr. Raimundo que dependia desse veículo, um trabalha de dia e o outro a noite, então são duas famílias prejudicadas. O filho dele inclusive está com a pensão da filha atrasada por conta dessa situação (...) Ele (Raimundo), teve que devolver o veículo nessas circunstâncias e também está devendo a locadora agora”, diz a advogada.
Quem sentir o desejo de ajudar o idoso pode fazer doações para ele por meio do PIX 66042712268 - CPF (Raimundo Lemos Pereira Filho).
Além disso, as pessoas que presenciaram o acidente e fizeram registros em vídeos também podem ajudar a família, fornecendo os registros para que a advogada de Raimundo possa utilizar no processo. Raíssa pode receber os materiais por meio do telefone (92) 98411-9918. Vale destacar que as imagens viralizaram nacionalmente e o caso revoltou a população.
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