Com a presença da titular da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), economista Rebecca Garcia, aconteceu nesta sexta-feira, dia 1º, o III Debate Produtivo, realizado pelo Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam). O evento ocorreu na sede da Fieam.

A superintendente abordou como tema o papel da Suframa e o resgate institucional, quando falou sobre iniciativas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), como a criação do grupo de trabalho que visa a exportação de produtos da Zona Franca de Manaus (ZFM) e das áreas de livre comércio, onde a Zona Franca Verde (ZFV) está em implantação.

Fronteira inteligente

A questão das fronteiras, por onde circulam mercadorias, mas também existe o ingresso de drogas no país pelos municípios fronteiriços, foi lembrada pela economista que também levantou a necessidade de novos portos em Manaus, ao se referir à área onde funcionou a Siderama e que deve abrigar um porto. Ela defendeu o alfandegamento do porto de Tabatinga.

O uso da tecnologia nas fronteiras, dada a extensão dessas divisões internacionais no Amazonas, foi um dos tópicos sobre os quais Rebecca Garcia se pronunciou ao propor, nesses territórios, a utilização do que ela chamou de fronteira inteligente, para fiscalizar a entrada e saída de pessoas e mercadorias.

Empresário paga pela falta de estrutura

Rebecca Garcia lembrou que o empresário não pode ser apenado ao ter que pagar armazenagem portuária em decorrência da ausência de estrutura, inclusive de pessoal, para liberação de mercadorias por parte da Receita Federal.

A questão da logística, como a saída para o Pacífico, via porto de Manta, no Equador, além de iniciativa visando maior aproximação com países da América do Sul, como a Colômbia e o Peru, foram abordadas pela titular da Suframa. No caso do Peru, que, segundo Rebeca Garcia, vê a Zona Franca de Manaus como um terceiro país, fora do Mercosul, a superintendente informou que já há um início de entendimento para contornar esse obstáculo.

Menos incentivos

A queda da renúncia fiscal da União a favor da Zona Franca de Manaus também foi comentada pela superintendente da Suframa, ao explicar que esses benefícios fiscais, que já foram de 20%, hoje estão reduzidos a 9,8%, além dos baixos investimentos federais na região.

Rebecca Garcia encerrou sua participação no debate agradecendo a presença dos convidados, entre os quais Marcos Lisboa, diretor-presidente do Insper, e Zeina Latif, economista da XP Investimentos.

Os dois apresentaram pontos divergentes sobre a Zona Franca de Manaus e defenderam alternativa onde as potencialidades locais, aliadas à pesquisa e tecnologia, em associação a parceiros internacionais, possa se desenvolver.

Foto: Divulgação/Suframa