Governo promove qualidade no trabalho da Rede de Atenção em Saúde Mental
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Com três meses de funcionamento, o Serviço Residencial Terapêutico Lar Rosa Blaya tem garantido mais qualidade de vida para os 32 pacientes vindos do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, que se encontra em processo de desativação, com ações que valorizam a cidadania dos internos. As atividades desenvolvidas no lar, localizado no bairro Santa Etelvina, zona norte da capital, fazem parte dos investimentos do Governo do Amazonas para o fortalecimento da Rede de Atenção em Saúde Mental no Estado.

Motocicleta, um passaporte para o 'céu'
Com oito casas totalmente mobiliadas, o lar funciona integrado ao Centro de Atenção Psicossocial que oferece atendimento ambulatorial e de socialização para os pacientes e as famílias que precisam de apoio para as pessoas com transtornos mentais. No complexo, os internos contam com atividades educativas, como pinturas, confecção de artesanatos e serviços que estimulam a convivência em família.
Distante de um modelo clínico como era exercido no Hospital Eduardo Ribeiro, no lar é possível encontrar um tratamento mais humanitário tanto nos serviços disponíveis quanto pelos profissionais que ajudam diariamente os pacientes na construção de boas práticas sociais. “A vida deles é bem melhor aqui no lar. É um grande prazer poder conceder a todos essa qualidade de vida que não antes não tinham, pois é uma qualidade na ressocialização, na alimentação, na higiene e, até mesmo, no conhecimento deles com a comunidade onde vivem aqui no bairro”, comenta a assistente social, Ana Rita Rodrigues.
Conforme a diretora do Lar Rosa Blaya, Raimunda Gomes, essa proposta de realizar um trabalho sem as características hospitalares é decorrente da nova estrutura proporcionada aos pacientes para que eles possam viver num contexto familiar. “A fase de adaptação foi bem tranquila, nesse período de 90 dias, para os profissionais e para os próprios pacientes. Atualmente é tudo diferente, primeiro porque lá tinha uma rotina de hospital, mas aqui (Lar Rosa Blaya) o cotidiano deles é de residência e não mais hospitalar”.
Nova vida - A aposentada Leda Aguiar, 58 anos, possui um leve grau de transtorno mental, mas, devido ao apoio da Rede de Atenção Saúde Mental no Estado, sua vida mudou significativamente, segundo ela explica. "Atualmente, venho ao CAPS duas vezes por semana para receber atendimento médico e participar das atividades. Fico feliz em poder ter essa oportunidade na minha vida. Depois que criaram o CAPS, minha vida mudou”, disse Leda, que também escreve e recita poemas.
Investimentos – Em ritmo de estruturação e com o foco na qualidade dos atendimentos no Estado, a Rede de Atenção em Saúde Mental no Amazonas está investindo em capacitação de profissionais por meio de parcerias com o Ministério da Saúde e cursos de especialização na capital amazonense.
“A Rede conta com residência médica em psiquiatria no Estado e já estamos iniciando a segunda turma em especialização em Saúde Mental na Fiocruz. Estamos também em parceria com o Ministério da Saúde através do projeto 'Caminhos do Cuidado' em que todos os profissionais da saúde dos municípios amazonenses serão capacitados para atender a demanda de pacientes com problemas mentais e com drogas no Amazonas”, afirmou a coordenadora estadual de Saúde Mental, Lourdes Siqueira.
Centro de Reabilitação - O Centro de Reabilitação em Dependência Química, localizado no KM 53 da AM-010, foi inaugurado pelo Governo do Amazonas em março, deste ano, para atender uma demanda com altos índices no Estado. Com 46 pacientes atualmente, o processo de tratamento é de 90 dias de internação e conta com o apoio de profissionais multidisciplinares que trabalham com o foco na valorização humana e comunitária dos pacientes.
Para Lourdes Siqueira, esse tipo de tratamento vem sendo bastante eficaz e adotado em todos os serviços da Rede de Atenção em Saúde Mental no Amazonas. “Hoje, a saúde mental valoriza muito o trabalho dentro da ótica comunitária, mesmo sendo um trabalho onde os residentes se afastam da família, existe essa preocupação de fazer com que eles conheçam suas potencialidades e fazendo uso daquilo que ele têm, que é o território onde eles vivem”, ressaltou Lourdes Siqueira.

ASSUNTOS: Manaus, Amazonas