Irmãos que sobreviveram a 27 dias na mata são recebidos com festa em Manicoré
Manaus/AM - Os irmãos indígenas Glauco e Gleiçon Carvalho Ferreira, de 7 e 9 anos, retornaram nesta terça-feira (12), à comunidade Palmeira, no município de Manicoré, onde residem com a família.
Acompanhados dos pais, as crianças foram recebidas no município com uma grande festa e até uma carreata. Do aeroporto, as crianças embarcaram em uma lancha rápida até a comunidade indígena Palmeira, na região do rio Capanã.
Glauco e Gleiçon ficaram 21 dias internados no Hospital e Pronto-Socorro da Criança da Zona Oeste (HPSC-ZO) e receberam alta hospitalar na última quarta-feira (6).
As crianças deram entrada na unidade de saúde, com quadro grave de desnutrição, desidratação e com escoriações na pele, após ficarem 27 dias perdidos na floresta.
Após receberem alta, os irmãos foram levados para a Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), vinculada ao Ministério da Saúde, e na segunda-feira (11) receberam homenagem do Comando Militar da Amazônia (CMA), no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), como demonstração da admiração e o respeito às crianças sobreviventes. Durante a formatura militar, Glauco e Gleiçon receberam distintivo do Estágio de Adaptação à Selva.
Quadro de saúde
Após a transferência em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea da SES-AM no dia 17 de março, as crianças foram acompanhadas por equipe multidisciplinar durante todo o período em que permaneceram no HPSC-ZO. De acordo com boletim médico, eles apresentaram condições clínicas para a alta hospitalar no dia 5 de abril.
Com alimentação diferenciada durante o período de internação, o caçula, Glauco, foi internado com 12 quilogramas (kg) de peso e saiu com 18,7kg. Já o irmão mais velho, Gleiçon, pesava 18kg quando deu entrada na unidade de saúde, e deixou o hospital pesando 26kg. Glauco apresentou um quadro de insuficiência renal e se recuperou; as infecções foram curadas e as lesões de pele estão em fase de cicatrização.
Segundo o coordenador do DSEI Manaus, Januário Neto, as crianças terão acompanhamento da equipe médica, de enfermagem e odontológica na comunidade onde vivem, por meio do Polo Base de Saúde Indígena Capanã.
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