Jornalistas do A crítica decretam greve em Manaus após meses sem salário
Manaus/AM - Jornalistas e outros profissionais de comunicação do Grupo Calderaro ( A Crítica), decretaram greve por tempo indeterminado a partir dessa segunda-feira (7). Eles alegam que estão com os salários atrasados há mais de quatro meses e em meio à pandemia tiveram o plano de saúde cortado.
A paralisação acontece após inúmeras tentativas de negociações frustradas. Muitos citam que enquanto a maioria dos funcionários sequer tem dinheiro para custear o transporte para o trabalho, a emissora paga salários milionários a “grandes estrelas” da casa.
Eles destacam que além de não terem dinheiro para pagar as contas, ainda tiveram aumento de gastos com o trabalho em home office, outros desenvolveram transtornos psicológico com a pressão causada pelos atrasos na remuneração.
O Sindicato dos Jornalistas entrou na causa e publicou uma carta aberta na qual critica duramente o descaso da empresa e pede que a solução imediata do problema, confira um trecho:
"Chegar a este ponto de decisão é encontrar forças, apesar da exaustão, para seguir lutando, resistindo e, acima de tudo, mantendo a dignidade de gritar que se é ser humano.
Com base neste entendimento inadiável de que há um direito sendo desrespeitado, as redações dos jornais A Crítica, Manaus Hoje e do Portal A Crítica, que integram o Grupo Calderaro de Comunicação, tomaram a decisão de paralisar as atividades por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira (07.09), até que o pagamento seja regularizado.
Atualmente, a categoria acumula dois meses de salário em aberto. Até semana anterior, alguns jornalistas estavam há quase quatro meses sem receber pagamento pela jornada cumprida. Esta é uma prática abusiva que vem se estabelecendo desde 2017 por parte da empresa, negligenciando seu dever básico trabalhista, inclusive em relação às férias dos funcionários.
Além disso, a cada novo atraso, a empresa determina novo prazo e descumpre, deixando o trabalhador totalmente à mercê da boa vontade do patronato.
Como constante sinal de desrespeito, também descumpre protocolos básicos de segurança sanitária dentro da própria empresa: na fornece equipamento primordial como máscaras e deixa de fiscalizar funcionários de outros setores que circulam se o uso do equipamento, obrigatório por lei municipal, dentro da redação.
Por mais respeito, pela dignidade do trabalho jornalístico e pela valorização do ser humano trabalhador, dizemos: AGORA É GREVE!".
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