Livro sobre biografia da enfermeira Josephina de Mello é lançado em Manaus

ouça este conteúdo
|
readme
|
Manaus/AM - Pioneira na profissão de Enfermagem no Amazonas, a vida e a trajetória profissional da enfermeira, professora e doutora Josephina de Mello será lançada numa biografia organizada pelo presidente da Academia Amazonense de Letras (AAL), Aristóteles Alencar, sexta-feira (16), a partir das 19h no projeto “Academia no Largo”, no Largo de São Sebastião, Centro de Manaus.
Além do exercício da enfermagem, Josephina, que era filha de mãe barbadiana, foi professora, administradora e obteve reconhecimento nacional e internacional pela importante obra em prol da organização e profissionalização do trabalho das enfermeiras no país.

Que a democracia não seja envenenada
Formada pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, ´na segunda turma, em 1947, destacou-se na escola onde ingressou em 1943, além postura altiva, por ser uma aluna bilíngue, já que dominava também a língua inglesa, fato raro naquela época.
Josephina se notabilizou ainda pelo trabalho desenvolvido no Serviço Especial de Saúde Pública (Sesp) no Programa da Amazônia, assim como em chefias de unidades sanitárias tanto no Amazonas quanto no Pará, em Rondônia e no Acre, onde também trabalhou não somente em atividades administrativas, mas também no ensino como coordenadora geral de diversos cursos para visitadores sanitários e auxiliares hospitalares.
Em 1963, foi eleita para o cargo de Provedora da Santa Casa de Misericórdia de Manaus.
Ela também foi professora, por longos anos, vice-diretora e diretora (1985-1989) da Escola de Enfermagem de Manaus.
Josephina foi eleita “Enfermeira do Ano”, em 1970, título outorgado pela Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) em “reconhecimento pelas relevantes contribuições para elevar o nome da Enfermagem, em âmbito nacional”. O dinheiro recebido na premiação ela doou integralmente para a própria ABEn, a fim de equipar o auditório de sua sede em Brasília.
Em 1978, recebeu também a Medalha de “Mérito Oswaldo Cruz”, conferida pelo Presidente da República, General Ernesto Geisel, por indicação do Ministro da Saúde, Paulo de Almeida Machado, por relevantes serviços prestados à nação brasileira no campo da saúde pública.
Josephina faleceu em 17 de setembro de 1995 em Manaus, vitimada por um câncer.
Para Aristóteles, outro destaque importante é que Josephina de Mello, por ser mulher, afrodescendente e solteira, rompeu as barreiras impostas pelos costumes de então, que limitavam os estudos para as mulheres, tornando-as exclusivamente donas de casa e sem carreira profissional.
O trabalho, segundo ele, não encerra todas as informações sobre a vida e a obra da enfermeira, mas é uma contribuição significativa para dar conhecimento à atual geração, da importância da vida e do trabalho da enfermeira pelo trabalho pioneiro e ousado na Amazônia no Brasil como um todo.

ASSUNTOS: Amazonas