Manaus/AM - Manaus lidera o ranking de emissões de gases de efeito estufa entre as capitais mais populosas do Brasil, com 3,06 toneladas por habitante, destacando-se pela necessidade urgente de políticas de redução de emissões, apontou um levantamento do Instituto Cidades Sustentáveis. Em seguida, estão o Rio de Janeiro (2,03 toneladas) e Belo Horizonte (1,82 toneladas). Salvador tem o melhor desempenho, com 1,19 tonelada por habitante.

Outras cidades mencionadas incluem Belo Horizonte, que sofreu aumento nas emissões nos últimos anos, e Vitória, que registrou 1,83 tonelada por habitante, além de enfrentar problemas com material particulado liberado por indústrias.

O levantamento do ICS foi realizado com base no Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG). Ele é mantido pelo Observatório do Clima, uma rede de entidades ambientalistas da sociedade civil brasileira. Os dados mais recentes têm como referência o ano de 2022.  

 Esses gases liberados na atmosfera principalmente por queima de combustíveis fósseis e incêndios florestais contribuem para o aquecimento global, e a Agenda 2030 da ONU propõe a meta de reduzir as emissões para 0,83 tonelada por habitante, em um esforço global para combater as mudanças climáticas.

 Dados da pesquisa revelam o tamanho do desafio: considerando a meta fixada pela Agenda 2030, seria preciso cortar mais da metade do volume de emissões líquidas em cinco das dez capitais mais populosas do país. Nas demais, a redução seria de pelo menos 30%.

Em setembro, dados divulgados pelo Serviço de Monitoramento Atmosférico Copernicus (Cams), da União Europeia, também mostraram que o Amazonas bateu recorde com 28 milhões de toneladas de emissões de gases do efeito estufa pelos incêndios.

De acordo com Marco Antonio Milazzo, professor do curso de arquitetura e urbanismo na unidade da faculdade Ibmec localizada no Rio de Janeiro, existem três frentes em que a atuação das prefeituras pode trazer resultados importantes: transporte, consumo de energia e gestão do lixo. "O município pode regulamentar o transporte e investir em modais que emitam menos gases de efeito estufa. Por exemplo, criar mais faixas de ciclovias e mais linhas de transporte público. É fundamental adotar medidas que contribuam para a redução do uso de transporte individual", explicou.

*Com informações da Agência Brasil.