Manaus/AM - O casal Osmar Pinheiro e Crispiane Correia, falaram ao Portal do Holanda, nesta terça-feira (8), sobre o dia em que tiveram a casa destruída por um deslizamento no Porto de Terra Preta, em Manacapuru, no Amazonas. A filha deles, Letícia Correia de Queiroz, de 6 anos, ainda está desaparecida. 

Osmar explicou que no dia do desastre ele e a esposa saíram para trabalhar, enquanto seus três filhos e outros familiares ficaram no flutuante. "Tinha a família da minha irmã, que está grávida, o meu cunhado e o filho dela. É outra família que também morava no flutuante. Essas pessoas estavam ali e pouco tempo antes [do deslizamento] elas saíram para visitar a sogra dela, foi quando tudo aconteceu", disse.

Abalada, a mãe de Letícia falou que ela e o marido viram um forte banzeiro na hora da queda do barranco. "Ficaram só os meus três filhos em casa. A gente viu o banzeiro forte e a gente sabia que quando o banzeiro forte cai, é uma tragédia. Nós olhamos pra lá, e não vimos mais nada. Naquele momento, eu pensei que eu tinha perdido meus filhos tudinho", disse. 

Crispiane detalhou sobre o que sentiu quando encontrou seus dois filhos. "Eu senti um pouco de alívio, porque eu recuperei dois filhos, mas a minha caçula, meu coração doeu". 

Os dois filhos mais velhos do casal, de 18 e 15 anos, conseguiram se salvar, mas Letícia sumiu no deslizamento. Segundo Osmar, a filha mais velha tentou proteger a menina. "A mais velha estava segurando ela [Letícia], mas pelo que perguntei dela, acredito que ela desmaiou no fundo com a pressão da balsa, porque derrubou o flutuante em cima deles. Por um milagre eles estão vivos.", explicou. 

Deslizamento de terra - Conforme Osmar, ele morava no flutuante há cerca de 28 anos e nunca tinha visto um desastre como o que viveu. "Só [vi] próximo, porque já aconteceu no beco do boto, já desbarrancou mais abaixo há uns cinco anos, mas não ali, só a 'ponta' que às vezes afundava. Todo o ano a terra trincava, mas nunca tinha acontecido isso não", explicou.

O Corpo de Bombeiros segue realizando buscas na área afetada, para tentar localizar os desaparecidos. Segundo o prefeito do município, uma perícia aprofundada será realizada para confirmar o que causou o deslizamento de terra e a influência da seca severa não é descartada. 

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