Nova ameaça de vírus em Manaus mobiliza autoridades da saúde
Um protocolo de monitoramento da circulação do Zika vírus no Amazonas, em especial em Manaus, foi definido em reunião de representantes da Secretaria Municipal de Saúde e Secretaria de Estado da Saúde nesta terça-feira.
De acordo com o diretor-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Bernardino Albuquerque, o Amazonas está monitorando não só Zika vírus, mas, também, outros virus como o Chikungunya, já que são transmitidos pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti. “O monitoramento está sendo feito por meio de unidades ‘Sentinelas’: Hospital e Pronto-Socorro 28 de agosto, Fundação de Medicina Tropical (FMT), Pronto-Socorro da Criança da zona Oeste e o Hospital Adventista de Manaus (particular)”, informou.
“Hoje não temos ainda o exame sorológico para fazer o diagnóstico de uma população maior, em relação ao Zika vírus, por isso é que foram estabelecidas estas unidades ‘Sentinelas’. O material, à medida que existe um caso suspeito, é coletado e depois contamos com o apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para o diagnóstico molecular. Até o momento, temos apenas um caso confirmado na capital”, esclareceu o diretor-presidente.
Bernardino Albuquerque destacou, ainda, o trabalho da Semsa no combate ao Aedes aegypti. “Nós tivemos a experiência este ano com o vírus Chikungunya. À medida que foram detectados os focos precocemente, toda a equipe da Semsa entrou em ação, fez o bloqueio extremamente efetivo e não houve mais reprodução de casos. Tivemos quatro autóctones em Manaus - quando a doença é contraída dentro do município”, enfatizou.
Em relação aos sintomas, ainda segundo Albuquerque, o que se tem de conhecimento sobre esse novo vírus é que são brandos. Os quadros clínicos são autolimitados, duram dois ou três dias, com a presença de febre ou não. O que chama atenção no Zika vírus é a presença de exantema - que são manchas no corpo -, assim como acontece com o sarampo e a rubéola, por exemplo. A cura se dá com ou sem medicação.
Acompanhamento desde o Pré-Natal
A subsecretária municipal de Gestão da Saúde, Lubélia Sá Freire, explicou que a partir de agora, em caso de exantema, em gestantes, será coletado material para sorologia. Se o resultado for negativo para rubéola, será investigado novamente para o Zika vírus. Já nas maternidades, os casos de microcefalia, quando o crânio é menor que o normal, passarão a ser notificados imediatamente para que haja tempo de coletar material para análise e, posteriormente, poder afirmar, ou não, se tem relação com o vírus.
Ainda sobre a hipótese de o Zika vírus ser contraído durante a gestação e poder causar microcefalia, o diretor-presidente da FVS informou que há uma situação favorável para o estudo científico dessa possível relação. “Não existe nada, até então, que comprove que o Zika é a causa de microcefalia, entretanto, é uma hipótese que temos que considerar. Estamos discutindo estratégias junto à Semsa e a FMT (Fundação de Medicina Tropical) para que seja possível detectar de forma mais precoce qualquer situação anormal em nascimentos de crianças na capital”, afirmou Bernardino Albuquerque.
LIRAa 2015
Até o próximo dia 27, a Semsa está realizando o Levantamento do Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa). Cerca de 300 servidores estão envolvidos na ação, que consiste em visitas domiciliares, buscando identificar as larvas do mosquito, eliminar e tratar os potenciais criadouros, além de orientar sobre sinais e sintomas e, principalmente, formas de prevenção para minimizar os riscos e combater os focospropícios para a criação e reprodução do mosquito transmissor.
A partir dos resultados do LIRAa, a Semsa poderá traçar um panorama dos locais com mais criadouros do mosquito, em cada bairro da cidade, e elaborar novas estratégias de combate e controle da doença. Lubélia Sá Freire também enfatizou a importância do apoio da população na ação. “Reforçamos a questão da segurança. Nossas duplas receberam crachás atualizados e são identificadas igualmente”, alertou.
“Com o começo das chuvas, a quantidade de ovos, que é muito grande, vai começar a eclodir e teremos um aumento no número de mosquitos. Estamos fazendo um bloqueio de segunda a segunda. Estamos vivendo uma situação confortável em relação aos três vírus - Dengue, Chikungunya e Zika, mas o nosso controle vetorial está bastante ativo”, explicou a subsecretária, lembrando que casos de denúncia de criadouros do mosquito Aedes aegypti podem ser comunicados por telefone, no número 0800-280-8-280.
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