O espírito de corpo impediu que denúncia contra enfermeiro que atacou mulheres fosse apurada com maior rapidez
Entre a primeira denúncia de estupro dentro de uma unidade básica de saúde e a prisão do enfermeiro Ronaldo Augusto Ferreira de Souza,se passaram 28 dias. Nesse período ele continuou atendendo. Não é preciso falar dos riscos a que foram submetidas dezenas de mulheres "consultadas" por ele, mas o papel da polícia é investigar, coletar provas e de posse delas solicitar da justiça a prisão do acusado. E isso foi feito. O que surpreende no caso é que muitas mulheres chegaram a reclamar junto à unidade de saúde do tratamento que vinham recebendo do enfermeiro, que exercia atividades, como a de fazer "preventivo", que é atribuição de um ginecologista. O que prevaleceu foi o velho e descarado espirito de corpo - que vale tanto para enfermeiros quanto para médicos.
O fato de a Secretaria Municipal de Saúde não ter sido avisada sobre a conduta do enfermeiro é um outro agravante. O que fica é uma sombra sobre a atividade de enfermagem e médica praticada nas unidades de saúde de Manaus.Profissionais que deveriam estar acima de qualquer suspeita na verdade são suspeitos até que uma mulher seja ouvida numa delegacia e a policia se disponha a investigar.
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