Policia e MP investigam suposto envolvimento de funcionários do TJAM em quadrilha dos precatórios
As investigações da venda de facilidades no Tribunal de Justiça do Amazonas para suposto recebimento de precatórios resultou na prisão de Raimundo Fernandes Cruz e um homem conhecido como Figueiredo, o “Zé Mentira”, que transitavam todos os dias e bem arrumados pelos corredores do judiciário. O promotor Fábio Monteiro, da Coordenação do Centro de Apoio Operacional de Inteligência, Investigação e Combate ao Crime-Organizado (CAO-CRIMO), também entrou no caso.
Juntamente com a Secretaria Executiva de Inteligência da SSP, o promotor de Justiça e a polícia querem descobrir o possível envolvimento de funcionários do Tribunal de Justiça na quadrilha que tinha sempre como alvo pessoas humildes, como o missionário Júlio Alves Teixeira, que fez a denúncia.
Outro fato que a polícia quer descobrir é se a quadrilha recebeu dinheiro das vítimas, uma vez que a SSP não acredita que tenh havido facilidades na liberação de precatórios.
Fontes do Portal do Holanda informaram que a desconfiança de envolvimento de funcionários do Tribunal na quadrilha surgiu depois que foram autorizados pela Justiça escutas telefônicas e os membros do bando silenciaram.
“Eles pararam de usar os telefones”, disse a fonte, informando que daí surgiu a desconfiança de que funcionários do Tribunal poderiam estar envolvidos com Raimundo e Figueiredo.
Mesmo com as investigações tramitando em segredo de Justiça, a reportagem do Portal do Holanda, que fez a denúncia do esquema no TJ, descobriu que Raimundo e Figueiredo foram presos na quarta-feira por homens da Secretaria de Inteligência e foram ouvidos na SSP.
Além dos mandados de prisão expedidos pela Justiça, foram cumpridos de busca e apreensão e os policiais apreenderam na casa deles uma grande quantidade de documentos como o que tivemos acesso com a assinatura falsa do desembargador Flávio Humberto Pascarelli, que mandava fazer o levantamento do pagamento de vários precatórios, um deles do missionário.
De acordo com a fonte do Portal, até montagens grosseiras de documentos do Conselho Nacional de Justiça foram apreendidas pelos policiais.
Entenda o caso
O caso do esquema da venda de facilidades veio a toma depois que o missionários Júlio Alves Teixeira procurou o desembargador Flávio Humberto Pascarelli, do Tribunal de Justiça do Amazonas, com um documento para liberação de um precatório supostamente assinado pelo magistrado e no gabinete dele acabou descobrindo que a assinatura era falsa.
Em depoimento, Júlio contou que em 2006 conheceu um homem conhecido como Raimundo Fernandes Cruz, que disse que conseguiria em 60 dias resolver a questão de processo que tramitava na Justiça.
O missionário disse que foi levado por Raimundo a uma casa na rua Luís Antony, onde depois de apresentado a várias pessoas, entre elas a juíza aposentada Zardeck Lamarão Brasil e os irmãos dela Maurício e Edmée e um suposto advogado Jamildo Guimarães, além de um jovem de nome Ricardo. Acabou sendo convencido a dar uma procuração para eles resolverem o pagamento de um precatório de R$ 25 milhões.
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