Prefeito de Manaus diz que lockdown pode acabar em 'tiro e morte'
Manaus/AM - O prefeito Arthur Neto explicou porque ainda não cogita aceitar o lockdown na capital mesmo em meio ao aumento desenfreado de casos de coronavírus no Amazonas. Em entrevista a emissora BBC, ele afirma que a medida pode" terminar em tiro e mortes".
Conforme a delcaração do prefeito, o lockdown poderia provocar uma revolta popular em meio a toda a tensão e desespero que já está instaurado com o caos na saúde:
"Alguém joga uma pedra em alguém, começa um tiroteio com bala de borracha que pode cegar alguém, começa a reação das pessoas, que vivem uma situação de desespero. Algo que termina dando em tiro, dando em morte", destacou.
Arthur esclarece que o lockdown e volta a defender que este seria o último recurso que ele adotaria e ainda assim precisaria ser detalhadamente avaliado:
"Eu encontrei pessoas que dizem que nós não temos instrumentos de repressão para sequer reprimir de verdade uma rebeldia popular de grandes proporções. Então, eu olho com responsabilidade o lockdown. O MP sugeriu, sugeriu. Vamos analisar, fazer uma teleconferência e discutir. Mas, eu não posso declarar um lockdown sem ter absoluta segurança de que preciso dele como a gente usa um respirador. A gente usa o respirador mecânico só quando a gente acha que a pessoa vai morrer.
Para o Neto, a situação pode ser amenizada nos próximos dias com a chegada de médicos para reforçar ao quadro de saúde no estado e a abertura de novos leitos:
"A situação de horror é amenizada, se Deus quiser, com a chegada, que foi uma intervenção benigna do ministro (Nelson) Teich e do general (Eduardo) Pazuello, chegou muita gente para o governo do Estado. Se essas pessoas vão resolver ou não, a gente vai ver daqui a pouco, se vai melhorar... Acho que piorar não pode, deverá melhorar.
Nosso hospital de campanha vai crescendo a cada momento. Estamos com organização nos sepultamentos".
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