Reuniões on-line dos Alcoólicos Anônimos têm maior participação de mulheres
Por Ana Celia Ossame, especial para Portal do Holanda
Com uma média de 64 grupos em atividade em Manaus e em outros oito municípios do interior do Estado, a comunidade dos Alcoólicos Anônimos (AA) destaca as reuniões on-line que conta com a presença maior de mulheres nas plataformas digitais.
Criadas no período da pandemia de Covid-19, dadas as restrições recomendadas, as reuniões on-line são contínuas e seguem o modelo efetivo e eficiente das presenciais, explica Peregrino, um dos integrantes da organização de AA no Amazonas, onde entrou a partir de 2008.
No total hoje, são 3.813 grupos de AA no país realizando 8.671 reuniões por semana. E desses, 93 grupos realizam 453 reuniões à distância por semana.
A identidade do ou da participante é garantida e, diariamente, os grupos tanto presenciais quanto on-line realizam reuniões, com a vantagem do on-line de compreender mais horários que as presenciais.
“O número de participantes das reuniões tanto de dia quanto de noite aqui em Manaus é de mais ou menos 10 a 12 pessoas, a maioria homens” explica Pelegrino, citando locais no bairro de Aparecida, com reuniões diárias e na Marquês de Santa Cruz, reuniões às terças e quintas-feiras.
As reuniões são a grande sacada da comunidade dos Alcoólicos, que se autodenominam assim para diferenciar-se dos alcoólatras, que são bebedores ativos.
No período de duas horas, esses encontros são momentos para os relatos dos participantes que permitem aos demais compreender se têm ou não problema com a bebida alcoólica.
“As reuniões são o nosso remédio”, afirma Peregrino, explicando que desde o ano de 1971 a comunidade dos AA está em atividade em Manaus e hoje alcança ainda os municípios Itacoatiara, Parintins, Novo Ayrao, Manaquiri, Nhamundá, Maués e até em Juriti, no Pará, há um grupo ligado à comunidade do Amazonas.
Sem estatística de quantos entram e saem da organização, um dado importante é que existem pessoas que chegam no AA no fundo do poço, depois de perder a família, trabalho e a própria dignidade, mas ao continuar renovam a vida, resgatam a existência. “O álcool tira a vontade de viver da pessoa”, argumenta.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 2,6 milhões de pessoas morrem por causa de álcool a cada ano, das quais 90 mil no Brasil.
Após a chamada reabilitação, que varia de acordo com dada pessoa, a maioria volta para as famílias, volta a estudar. “Temos muitos advogados, professores que, como o AA adota o anonimato, não se conhece esse lado deles, mas alguns aceitam testemunhar”, explica Peregrino, afirmando que só a própria pessoa pode concluir se é ou não alcoólatra e se quer recuperação.
Ao entrar, a pessoa escolhe um padrinho, que é quem vai orientar sobre os procedimentos da comunidade, cujos grupos se dividem em todas as zonas da cidade de Manaus.
Entre os integrantes mais antigos, existem alguns com mais de 40 anos que pararam de beber e continuam assim.
Para participar das reuniões on-line, é preciso entrar pela plataforma google.meet. Segundo ele, essas reuniões têm maior participação de mulheres porque nas presenciais há predominância de homens e elas acaba inibindo a presença delas.
Peregrino observa a existência de quatro tipos de bebedores: o ocasional, social, o habitual e o problema, quando já perdeu o controle da situação. Nas reuniões, a pessoa encontra o seu perfil e decide mudar ou não.
Se você quer saber mais sobre a comunidade e se deseja participar presencialmente, pode buscar um dos grupos aqui em Manaus ou no interior e se preferir on-line, o endereço é https://www.aa.org.br/reunioes-a-distancia/, sendo que neste caso precisa baixar a plataforma google.meet, nas quais as reuniões são de hora em hora e acessíveis a quem se interessar.
Por meio do site www.aa.org.br/novo-em-a-a/ você encontra mais informações e endereços dos grupos.
O telefone no Amazonas que pode ser acionado para quem precisa de ajuda é 993382652/32324545.
ASSUNTOS: Amazonas