Rio Negro registra 2ª mínima em 122 anos e chega a 13,05 m em Manaus
O Rio Negro atingiu a marca de 13,05 metros em Manaus (AM) ontem (1), registrando a segunda menor cota em 122 anos de monitoramento. O recorde anterior foi de 12,7 metros, alcançado em 2023.
Os dados fazem parte do 40º Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas, divulgado hoje pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).
Há expectativa de que o nível do rio continue a baixar, podendo estabelecer uma nova mínima histórica. Segundo Jussara Cury, pesquisadora do SGB, a média de descida em Manaus é de 17 cm por dia, enquanto em áreas a montante da bacia, que diminuem para o nível do rio, a descida é em torno de 10 cm, com pouca expectativa
A pesquisadora ressalta, no entanto, que há sinais de uma possível desaceleração nesse processo, com quedas menores observadas em Barcelos (AM), onde o rio tem baixado 5 cm por dia, e até um nível de elevação em regiões mais ao norte da bacia. No entanto, será necessário um tempo para confirmar a estabilização em Manaus.
A seca extrema, causada por chuvas abaixo da média, afeta gravemente a Amazônia. Diversas estações monitoradas pelo SGB registram mínimos históricos.
O Rio Solimões atingiu sua primeira cota negativa em Itapeua (AM), marcando -4 cm.
Outras mínimas foram observadas em Manacapuru (2,82 m) e Fonte Boa (7,32 m), ambas no Amazonas. Em Tabatinga, a régua linimétrica foi ajustada, registando -2,54 m em 26 de setembro.
O Rio Madeira também enfrenta níveis baixos, com 8 m em Humaitá (AM), a cota mais baixa já registrada.
O Rio Purus, em Beruri (AM), atingiu 3,54 me se estabilizou. Já o Rio Amazonas registrou a segunda menor cota em Itacoatiara (AM), com 61 cm, atrás apenas do recorde de -93 cm em 2023.
O Rio Amazonas em Itacoatiara (AM) chegou à segunda menor cota da história: 61 cm, atrás da marca de 36 cm observada em 2023. Em Óbidos (PA), o Amazonas registra -61 cm, também a segunda menor cota, atrás do recorde de -93 cm em 2023.
O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas. As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas na plataforma SACE.
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