Traficantes do Amazonas estão entre presos em megaoperação no Rio
Manaus/AM - Traficantes do Amazonas estão entre os presos na megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) realizada nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (29) pela Polícia Civil fluminense durante coletiva de imprensa. Segundo o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, 33 dos detidos são de outros estados, incluindo o Amazonas.
Deflagrada na terça-feira (28), a ação é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro. De acordo com balanço divulgado pelo Palácio Guanabara, foram registradas 119 mortes, 133 prisões, 10 apreensões de menores, 118 armas — sendo 91 fuzis — e 14 artefatos explosivos recolhidos. A operação teve como objetivo desarticular lideranças do CV que, segundo as investigações, vinham transferindo suas atividades para o Rio.
"Temos criminosos do Amazonas, Ceará e Pernambuco. A inteligência aponta que bandidos com poder de decisão em seus estados estão vindo para o Rio de Janeiro e, daqui, determinam ordens de morte", declarou Curi. A Polícia Civil não divulgou a identidade dos presos nem a divisão por estado.
Enquanto as autoridades apresentavam o balanço, moradores do Complexo da Penha relataram ter encontrado dezenas de corpos em áreas de mata e os levaram até a Praça São Lucas, na madrugada desta quarta-feira. O governo fluminense confirmou que haverá perícia para apurar se as mortes adicionais têm relação direta com os confrontos da operação.
A ação gerou repercussão nacional e internacional pela alta letalidade e pelas imagens de moradores transportando corpos pelas ruas. O governador Cláudio Castro (PL-RJ) classificou a operação como “um sucesso” e afirmou que “as vítimas foram apenas policiais”, declaração que gerou críticas de organizações de direitos humanos e reacendeu o debate sobre a atuação das forças de segurança no estado.
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